Horizonte profundo

À véspera amargando em ressentimento

Com provérbios ao lado em silenciamento

O peso não cede à densidade do horizonte

A lágrima foge de um inferno profundo

No espaço ela não sabe se irá retornar

No tempo não sabe se irá retroceder

A fera a se marcar era um pavio a acender

Diz-se que fez em parte do esforço por se merecer

A lágrima no espaço era uma folha sobre a mesa

Do tempo devota, era a tinta que secava contrariada

O que faz a falha em seu esforço por se pertencer?

Se recolhe do esforço de acertar por medo de padecer

Recolheste uma tentativa pelo anteposto de ecos

Que se acendiam sobre os borrados sonhos argentos

Uma tentativa com algum esforço do obséquio

Cujos séquitos legam horizontes profundos cinzentos

No espaço ele não sabe se irá retornar

No tempo não sabe se irá retroceder

O que faz a falta no esforço pelo bel-prazer?

Faz de armar-se e não desvendar-se, mas se descrever.