(Sócrates Di Lima)
Palavras do silêncio surdo
Da minha estúpida nudez
Faz meu corpo todo mudo,
Na minha insana embriaguez...
Palavras de um silêncio inútil,
No vazio dos meus pensamentos,
Querência e vontade fútil,
Nas evasivas palavras dos meus momentos!
São palavras que nunca foram ditas,
E quando pensadas foram silenciadas,
Pela inquietude das dores aflitas,
De um amor sufocado pelas ciladas.
Ouço agora um turbilhão de palavras soltas,
Espalhadas nos céus de minh`alma
Trazidas pelas ventanias revoltas,
Do meu mar de saudade que nunca se acalma.
Ouço as palavras do meu silêncio agora...
Que gritos ensurdecedores exalam...
Corrompem minha tristeza que não foi embora,
Junto com os silêncios que da sua boca espalham.
Em lágrimas copiantes meu olhar se perde,
nas chuvas das lembranças tristes.,
Que escorre na enxurrada que transcende.,
Os horizontes que do olhares já não mais vistes.
Quero no silêncio das minhas palavras,
Lembrar que o meu amor de ontem nunca morre.,
E que amanhã, se vier outro amor, nas doces lavras,
outras poesias o seu silêncio socorre!
E depois de tudo que o meu silêncio diz...
Minha vontade de gritar ainda é maior.,
Palavras escritas em mentiras de giz.,
Nas lutas que cessaram, o que foi pior.
Então, de onde estiver os olhos que me leem....
Saiba que minha mudez ruge no silenciar da minha boca,
Querendo falar-lhe as palavras nos silêncios que consomem,
No voraz desejo que longe o corpo e mão não toca.