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Perfil

Carlos Gildemar Pontes
Nasci aos três de junho, na rua 1º de maio. Aprendi aos três anos o nome dos lugares: Alacaju, Vitólia, Culitiba. Meu pai se orgulhava, minha mãe - minha vida. Aos dez tive hepatite. Aos treze o mundo se abriu. Milena roubou-me um beijo, Sandra, o sexo me abriu. Entrei para o Colégio Militar, cerquei-me de patridiotas e disciplina. Aos quinze tinha barba, sabia francês e odiava a polícia. Fátima pousou em mim o F comme femme, me apaixonei perdidamente. Aos dezoito, Francisca era a Mona Lisa, cigana linda, pelos pátios da Faculdade e do meu coração sem medida. Rosangela nos 27 me levou ao altar: amamos, de um amor mais lindo; separamos, de uma dor partindo. Fui para outra cidade, sem hino, mas canto-lhe parabéns no 22 de agosto. Andréa fez jorrar duas fontes: os olhos castanhos de Catarina anunciam o crepúsculo, os olhos verdes de Bárbara, as manhãs de frente para o mar. Érica veio no reboliço e me prendeu entre medos. Ainda está atrás do meu coração. Na soma de tudo, muita coisa vezes nada. Nada às vezes que é, contudo, tudo é soma. 2 + 2 são feijão com a arroz. Noves fora a vida.