Perfil
PERFIL DA ESCRITORA LAUDIMEYRE RODRIGUES CARVALHO FRANCHI
MEYRE CARVALHO (MEY MEY)
Poetisa, jornalista,empresária. Meyre Carvalho ( Mey Mey), Laudimeyre Rodrigues Carvalho Franchi, nasceu no dia 17 01 1962, em uma promessa de cidade e de futuro promissor chamada Brasília.
Casada com Daniel Franchi desde 2011.
Faz parte da primeira geração da mais nova capital do país. Filha de numerosa família nordestina e mineira que chegou à cidade para ajudar a construí-la.
Em 1982, estudou Civilização Francesa na Universidade Sorbonne e, paralelamente, escultura com modelos vivos na Escola Henry IV, em Paris.
Escreve desde os 11 anos de idade, espaçada ou fervorosamente impulsionada pela música e Monteiro Lobato. Adorava bibliotecas públicas.
Com o poema abaixo ganhou dois concursos. Poesiarte, Região dos Lagos RJ e Prêmio Carlos Drummond de Andrade, promovido pelo SESC-DF ( em Antologia que reuniu os 34 poetas selecionados de todo o Brasil publicada em2007).
No ano seguinte participou das coletânes Poeta Mostra a tua cara e Poetas do Brasil lançados em Bento Gonçalves- RS durante encontro anual do Congresso Poetas del Sur e do Brasil. Faz parte da AVBL Academia Virtual Brasileira de Letras e como correspondente da Academia De Letras de Goiás.
Cabra da peste
Larguei meu Centro-Oeste, as Gerais e o Nordeste
O “s” sibilado, o uai e bons repentes
Deixei as ruas largas, de andar de “trem” e de montar em jegue
Larguei o milho, a garapa com pastel e a paçoca
O sacolé, a rapadura, o bule de café
Rompi com o carreteiro, o baião e o feijão tropeiro
“Deslambi” o frango, o porco e o calango primo-primeiro
Não levei minha matula, nem as cascas de laranja secas
Para ajudar na digestão
Não esqueci do cão sem alça e sem linhagem
E razão também dessa versão
Mas trouxe mesmo a peixeira, um ruge de cor faceira
E cheiro de colônia para a comunhão
Sem esquecer do passaporte das rendeiras
bem agarrados à bainha das minhas calças
que pra no ato de encontrar cabra-da-peste
vou na hora mostrar, seja no fio da minha faca
ou no cabo suado da minha enxada
Que sou mulher no Sul, no Nordeste e no Centro-Oeste
E não vou ser menos no Sudeste!
“Em Cabra-da-Peste fui iluminada. Saiu como se tivesse cuspido o fogo e a força da mulher nordestina, principalmente quando se nasce e se cria em Brasília, cidade que acolheu um novo Brasil.
Seus livros:
Desabafo, aos 16/ 17 anos produzido e diagramado pelo artista Enius Correa .
Flor Roxa, aos 21 anos ilustrado por Marcelo Marques com produção de Jayme Lielson de Vasconcelos Sangues, e, aos 24,
Janelas, Nem tão Secretas Assim, com ilustração da artista plástica carioca Angela Regina e produção própria. O Autor da apresentação da escritora, o escritor e membro da Academia Goiana de Letras, Brasigóis Felício, e de Ignácio de Loyola Brandão, que faz um comentário especial sobre a Mey na contracapa. Para Brasigóis, há que se ler Meyre como ela é de verdade, que escreve sem se preocupar com regras, nem movida pela superação da angústia do ineditismo, e que não está para a poesia como quem busca livrar-se de conflitos e angústias do psiquismo. Tem linguagem e ambição de aprofundar-se nos mistérios da expressão poética, e não lhe falta sensibilidade, paixão e zelo nessa sua jornada de Sísifo. “A leitura atenta fez-me ver que não é vã e nem superficial a sua fala. Nem perca tempo o “leitor-borboleta” (superficial). Que outros sintam, como senti, a tessitura das suas emoções, e a doação (sangrando) de sua humana e viva palavra”, exprime o escritor e poeta goiano..
Já o escritor Ignácio de Loyola Brandão, citou sua percepção sobre a autora:
-O que me tocou é que há pouca literatura sobre e de Brasília. Daí o meu interesse pelos cantos de Meyre Carvalho à cidade.
Uma série de poemas amorosos, quase eróticos, bastante sensuais e que me emocionaram.
Cito alguns: Intenções, Difundir, Quando eu for Planta, O que Flui, Trechos, Dona, Padecer, Cederia, requinte, Partir, Na Medida, Lances de Escada e Primeiro e Definitivo Aroma, Pena... faltou tinta à tua pena, Taquicardia.
Esta é uma linha que me agrada bastante.
Meyre Carvalho flutua num campo só dela, que me lembra Adélia Prado,ou Florbela Espanca, ou Mário Quintana, ou Bruna Lombardi, ou Marlene Santos, ou o japonês Bashô (há quase aikais nos seus trabalhos). setenciou o escritor.
Para mim, o poema abaixo mostra bem o meu estilo preferido:
Faltou tinta à tua pena
Sua aridez arde
No feitiço das tintas
Reservas à sensatez das tardes
Abandonadas
E a este silêncio...
Mantenho incólume
Com palavras faltosas
Ah!Esse amor é “expiador”
Não te mando mais
Flores de amor
Nem versos multicores
Muito menos beijos desiguais
Todas as promessas do improviso
Cumpri-as todas de tintas marcadas
Em pergaminhos eternizados
Todas que te fiz e profetizo
Quanto às tuas...
Pena...pena...
Faltou tinta à tua pena...
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Preocupações:
Meio-ambiente
Igualdade, turismo sustentável
literatura/poesia
maus tratos contra pessoas e animais
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livro IV: Vida Sem Casca, Poesia sem caroço em criação