epinício torquatiano
o meu nome andré arruda
o do meu, pai juvenal
minha mãe, regina helena
eu nasci num carnaval
de empolgação discreta
meio ator, meio poeta
etecétera e tal
minha alcova o meu quintal
garante meu pouso alegre
eu por mais que me esconda
a poesia me persegue
dissabores, descalabros
e os desejos mais macabros
o diabo que os carregue
que a opressão não me cegue
inda que eu seja jurado
que a paixão não me abandone
me deixando sempre armado
dum coração revoltoso
liberdade em pleno gozo
e um amor desgovernado
que o meu todo consumado
deixe marcas na memória
como as damas que passaram
dando alma à minha história
uma norma na inocência
a ida na adolescência
e o desencontro com a glória
que um poema inolvidável
seja, enfim, a minha sina
eu sou cria do seo nalo
e também da dona gina
e ninguém jamais se iluda
o meu nome, andré arruda
e o resto, cês imagina