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BIOGRAFIA DE JOSÉ JORGE SOUZA – JORGE AXÉ ou JORGINHO DA ACAPEB
(Organizada pelo corpo diretivo da Universidade Popular do Sul da Bahia - UNIP)

 
Nascido na periferia urbana do município de Gongogi, localizado no Sul da Bahia, hoje Território de Identidade Médio Rio das Contas, filho de gari e neto de trabalhadores rurais iniciou a sua militância social ainda na infância na Pastoral da Juventude da Igreja Católica e nas Comunidades Eclesiais de Base - CEBs, estimulado pelas Irmãs de Santa Catarina de Alexandria, que acompanhou a sua educação.

Aos 14 anos coordenou o Grupo de Jovens do município e propôs uma ação baseada na prática da indignação lutando contra as injustiças sociais, sobretudo no processo excludente do processo juvenil. Daí, sua paixão pela concepção marxista que ensejou a sua práxis na organização de grupos de reforma agrária.

Em 1992, iniciou provocações para a criação de uma organização de protagonismo juvenil de luta por políticas públicas, desencadeando na institucionalização do grupo em 1998, que ficou denominado como Associação Cultural e Beneficente Antonio Pereira Barbosa – ACAPEB, dotado de uma Biblioteca Comunitária que reconheceu o nome de Herbert José de Souza, o Betinho da Cidadania.

A partir dessa organização a juventude envolvida iniciou uma série de ações que contribuiram com a construção democrática do município de Gongogi e implementou projetos nas áreas de arte-educação, cultura popular, com o objetivo de valorizar os personagens que estão no anonimato da história, resgate do folclore infantil e potencialização das manifestações culturais, a exemplo do samba-de-roda.

Dentre os diversos projetos em andamento destacam-se: Biblioteca Comunitária, Biblioteca Itinerante, A Hora do Conto, Teatro do Oprimido, Pré-Universitário Popular, Alfabetização de Jovens e Adultos, Teoria e Prática Musical, Valorização Afro-indígena, dentre Outros.

A iniciativa de José Jorge Souza rendeu vários prêmios a nível regional, estadual e nacional, a exemplo do reconhecimento da entidade como Ponto de Leitura, através do Prêmio Machado de Assis, com o Projeto Re-significando a história, que potencializou a Biblioteca Comunitária e seus programas, a aprovação do Projeto Eu Quero Ler em edital público do Programa Mais Cultura, que transformou a ACAPEB em Ponto de Cultura, o Prêmio Bolsa Escola Viva, que consiste na implementação do Projeto Político Pedagógico da entidade numa escola Pública do Município e o Projeto Cine no Ponto que foi contemplado com um cinema do Ministério da Cultura.

A instituição também é responsável por eventos culturais e educacionais regionais, destacando-se: FAZ ARTE REGIONAL, FORUM SOCIAL DA JUVENTUDE, ENCONTRO REGIONAL DE MULHERES TRABALHADORAS RURAIS, SEMINÁRIOS DE CONSCIÊNCIA NEGRA, COLONIA DE FÉRIA EM 3G.

Foi aprovado nos Concursos da Emasa (Itabuna), da Polícia Militar, Polícia Civil e Correios, onde prestou serviços somente na Polícia Civil em diversos municípios da Chapada Diamantina, durante oito meses, mas não seguiu carreira e no ano de 2007 iniciou seu trabalho no Judiciário Baiano e em 2009 recebeu o Prêmio Servidor Cidadão do Estado da Bahia.

Durante vários anos foi militante de Movimentos de Luta por Reforma Agrária: MST e CETA, e no segundo fez parte da composição estadual do Setor de Educação e Juventude, quando implementou o projeto de Educação nas Áreas de Reforma Agrária – PRONERA, com os cursos de licenciatura Pedagogia da Terra e História, bacharelado em Agronomia, cursos técnicos em Agroecologia e Enfermagem, além do Pé na Estrada, que atendia alfabetização de jovens e adultos.

Durante sua vida assessorou na constituição de vários grupos e movimentos populares no Sul da Bahia, a exemplo de Assentamentos de Reforma Agrária, Associação de Professores, Fóruns de Juventude e Associação de Cultura, de Moradores e Pequenos Produtores, além de ser voluntário na Comissão Pastoral da Terra e Conselho Indigenista Missionário, quando teve a oportunidade da prática da justiça social nas aldeias Caramuru dos Pataxós Hã Hã Hães (Pau Brasil), Tupinambás (Olivença) e Tupinambás (Olivença).

As ações mais conflitantes ocorreram no município de Gongogi por causa da reivindicação de políticas sociais para a comunidade a partir do ano de 1996, quando já estava casado com Juciara Perminio de Queiroz Souza, onde sofreram represálias perderam o emprego e foram ameaçados de morte ensejando seu afastamento da cidade durante um determinado período. Ao retornar fortaleceu o grupo de jovens e fez a ocupação do prédio abandonado da CEPLAC, onde funciona os projetos da entidade.

Em, 2011, idealizou a UNIVERSIDADE POPULAR DO SUL DA BAHIA, através do Ponto de Cultura ACAPEB, com parceria com outros movimentos sociais envolvendo 12 municípios dos Territórios de Identidade Médio Rio das Contas, Litoral Sul e Baixo Sul, que funciona com caráter não-acadêmico e proporciona um espaço democrático de debate numa proposta libertária para reflexão do modelo de sociedade que vivemos numa perspectiva de transformá-las com novas atitudes.

Atualmente é assessor de projetos do Ponto de Cultura ACAPEB e da Associação Centro Educacional de Ação Integrada – ACEAI, de Ilhéus, integrante das Comunidades Eclesiais de Base - CEBs e Missionário Leigo da Santíssima Trindade.

Em 2018, concluiu o curso de Bacharel em Direito, e hoje é licenciando do Curso de Pedagogia e especializando em Direito Processual Civel. Dentre as suas atuações profissionais, destacam-se Professor da rede Pública de 1º e 2º Grau, Oficial Designado e Tabelião Designado do Cartório de Registro Civil de Gongogi, Juiz de Paz Designado do subdistrito Judiciário de Gongogi, Escrivão Designado e Diretor de Secretaria do fórum Comarca de Ubaitaba. É lider sindical integrante do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Estado da Bahia - SINPOJUD.

Em sua vida literária destaca-se a paixão pela escrita ainda na adolescência quando dedicou-se a escrever cartas e pensamento, em que parte do acervo encontra-se sob a guarda de sua esposa.

Em 2008, decidiu publicar alguns de seus textos no site Recanto das Letras, que já chega a um acervo de quase cem textos e mais de 22.000 leituras.

Organizou peças teatrais de ruas com crianças e adolescentes, destacando-se “Vida, louca, vida!”, “Pai,. Afaste de mim este Cale-se!”, “Navio Negreiro: A História Agora é Outra!” e “Versos escritos nas águas da Bahia: Um Tributo ao centenário de Dorival Caimmy”.

Em 2014, contribuiu com o escritor Rodrigo Dias, em seu livro, “Em tempos de e-mail, cartas para Irene”, que escreveu a orelha do livro e acompanhou o escritor em Portugal, Turim e Veneza (Italia) e Suíça, no ano de 2015, numa turnê literária.
Em 2016, obteve a licença para atuar como jornalista e ajudou na fundação da Rádio Web Gongogi e do Portal Gongogi.

Em 2018 e 2019 teve quatro de seus textos selecionados e publicados no livro Talentos Póeticos, prla Editora Becalete - São Paulo, que reúne uma antologia de vários autores e autoras brasileiros. Atualmente dedica à escrita de pensamentos motivacionais e cordéis sobre o cotidiano.

Em 2019, teve o texto "Os dissabores de um meirinho numa diligência amargurada", apresentada numa perfomance teatral, selecionada no Festival de Musicas e Talentos do Tribunal de Justiça da Bahia.

Quando vai falar do sonho diz que o mais importante é ver outro mundo possível, onde o menor acreditar no menor e tem como frase motivadora: "Todos somos pássaro de uma asa só, só voamos se a gente se abraçar."

Sua vida foi dedicada ao voluntariado e continua residindo em Gongogi realizando ações sociais no município com sua esposa Juciara Perminio de Queiroz Souza e os dois filhos: Moabe de Jesus Souza e Brendon Willyen de Queiroz Souza, apoiado pela sua mãe Noélia Maria Souza (gari) e sua avó de 99 anos Marcionilia Maria Souza (Trabalhadora Rural), que também o ajuda nos serviços voluntários.