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Ás vezes sou poeta; ás vezes sou escritor; ás vezes amante; ás vezes tenho dor. Sou sensível, e choro por qualquer besteira, adoro minha vida, esta eterna brincadeira. Sou filósofo, penso muito; deste mundo, quero entender tudo. Quero muito, não tenho nada; vivo a vida, de maneira errada. Nada temo, nada quero; mas ás vezes, é tudo o que espero. Quero amar, sentir esta emoção; me livrar da realidade, através do coração. A vida é dura, um labirinto frio, tão escuro, que não encontro o que sumiu. Meu amor é chama, que custa a queimar. Incrível devaneio, um sonho a delirar! Vivo a vida, em intensa boemia. Sofro na vida, essa vivida poesia! Vede-te: Apontastes tua chibata; vira-te tua cara, antes que te encontrem. Vai-te, pois, com tua insensatez, pois nesta pequenez, nada lamenterei, que não seja de outrém. E, nas minhas dores sentidas; nas lágrimas que escorriam-me á face, cortando e retalhando de maneira sofrida, áquela mortualha que nasce. Meus dissabores, meus amores! Pranteio silenciosamente; ouço um lampejo de cólera que sai de mim. Adentro vagarosamente, pelas portas que abri. Me perco em tudo áquilo que nunca esqueci; tenho saudades, tenho lembranças, daquelas verdades. Aquelas que perdi. Nada me és necessário. Pois, na morte, tudo é ao contrário.