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Embora cace quase sempre sozinho o Lobo vive em grupo, eles caçam mais a noite quando são mais ativos e quando a lua está alta. Ele vivem em alcatéias de 5 a 10 membros, são zelosos, amigos ,fiéis, brincalhões, inteligentes, lindos.Os lobos não são uma ameaça para os humanos, pelo contrário, o Homem é que é um perigo para o lobo. A história do lobo mau não é mais que um velho conto infantil, criado com o objectivo de fazer prevalecer essa ideia.
Por isso me identifico com esse espetacular animal, que acredita no amor e na amizade, qual deles é o maior? Podem sobreviver sozinhos? Vivem um sem o outro? Aos amigos: dedico minha efemera atenção embora em meu coração trago-os todos presentes, a alguns deles não procuro, "basta-me saber que existem" . Não tenho medo de ouvir "não" nem de falar de mim mesmo. Aos que me atiram pedras, digo: Guardo-as todas, não para devolvê-las, mas contruo com elas minha escada porque não sou daqui, estou subindo e é la pro alto que vou, onde o medíocres e difamadores não podem estar, nem os invejosos e desalmados. Ao amor: "É como um Lobo correndo em circulos pra alimentar a matilha, ...quem tentar seguir seu rastro se perderá no caminho" . E aqueles que não se decidiram de que lado estão digo: "Não procure saber onde estou se o meu jeito te surpreende"
“Pois logo a mim, tão chei(o) de garras e sonhos, coubera arrancar de seu coração a flecha farpada. De chofre explicava-se para que eu nascera com mão dura, e para que eu nascera sem nojo da dor. Para que te servem essas unhas longas? Para te arranhar de morte e para arrancar os teus espinhos mortais, responde o lobo do homem. Para que te serve essa cruel boca de fome? Para te morder e para soprar a fim de que eu não te doa demais, meu amor, já que tenho que te doer, eu sou o lobo inevitável pois a vida me foi dada. Para que te servem essas mãos que ardem e prendem? Para ficarmos de mãos dadas, pois preciso tanto, tanto, tanto - uivaram os lobos e olharam intimidados as próprias garras antes de se aconchegarem um no outro para amar e dormir.”

(Trecho do conto 'Os desastres de Sofia', in "Felicidade Clandestina)
Clarice Lispector

“Hoje, O Lobo representa tudo aquilo que é selvagem e livre. Ele executa sua canção ao vento ao duelo desafiante selvagem vagando onde só alguns poucos homens ousam ir. O Lobo perfura o silencio com sua poderosa canção, o uivo começa baixo e melodioso . É um som solitário e assombrosamente surrealista. Como se as vozes de nossos ancestrais estivessem uivando com eles. Logo os cumes ressoam com um coro de lobos ao redor, ao soar a ultima nota tudo fica quieto, como os ventos sussurrando . Esse som é tão velho quanto o tempo selvagem, quanto o vento, e tão poético quanto o luar do cerrado .”