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Eu, da matéria mais híbrida que a natureza
possui. Uma pedra que rolou da montanha e ainda não
chegou ao chão, o vento que sopra quente como um
esbaforido ofegante nos galhos vibrantes da mata seca,
arrancando-lhe as folhas e levando-as ao chão. Um barco
embriagado do sacolejo das marolas, saudoso de amarras
que regrem as léguas tão tiranas da deriva que o cerca; a
febre que arde nos gravetos secos que estalam na fogueira
e pouco a pouco libertam o requinte do medo esculpido em
luzes escarlate.
Eu, uma matéria intangível ou um sopro vital que transita
despercebido e vasa pelos poros disformes de um corpo
cativo.
Eu, uma pequena porção de tudo e um grande
pedaço do nada em fatia. Uma idéia de alguém idealizando
outrem. Uma centelha no universo vivendo a doce mentira
de um livre arbítrio.
Eu, finalmente eu, uma mente que pensa e
fatalmente duvida.