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Sempre fui perseguida pelas letras. Era uma guerra implacável desde a educação infantil.

 

Queria escrever novelas, mais pela habilidade que vovó tinha em contá-las.

 

Foi no segundo ano que escrevi a minha primeira trama para uma apresentação no Natal.

A história era de uma boneca que vivia na caixa. Era uma bailarina que estava enclausurada, mais a corrente que a prendia era o medo de se expor diante dos outros. Ela sofria tanto lá dentro da caixa azul com laço de fita bordado. Até que num dia, depois de assistir todas as histórias, resolveu cortar a fita. E dançou, dançou... A letra da música era uma espécie de autobiografia.

 

No ensino médio, apaixonei-me por história, graças à Nilda, professora exemplar e, por sua influência, escrevi várias biografias não autorizadas dos meus personagens favoritos, entre eles D. Pedro e Colombo.

 

Ao fazer o ensino médio concomitante, escolhi mineração, por força da imposição geográfica, lá conheci o Prof. Sérgio, o mais dedicado e apaixonado profissional das letras. Numa turma de 50 homens e três mulheres, em que todos trabalhavam o dia todo ou de turno, e a empresa exigia o “diploma”. Patrícia (em memória), Sandra Minghin e eu, éramos as meninas deles (a maioria tinha idade para ser nossos pais), sempre aparecia um pedido: faz um texto pra mim? Tinha muita compaixão por aqueles pais de família que não tinham tempo.

 

Foi aí que errei, quando passei a criar ao menos 5 redações por semana, para distribuir aos que tivessem intempéries.

Nascia uma escritora, mas morria a moral e ética de uma adolescente aos 17 anos.

O professor corrigia as provas sempre dando notas 10 para as redações.

Ele o fazia com muito cuidado e me incentivava dizendo que nasci para  escrever.

Guardava o segredo até o último dia, quando decidi dizer a ele das redações, era um crime que me deixava engasgada.

 

E numa revelação surpreendente ele diz: nunca soube, mas não me enganou, apenas me convenceu: você nasceu pras palavras.

Estudei matemática mas foi o direito (administrativo é meu forte) que me coroou, pós em planejamento e consultoria, mas escrever é o meu melhor diploma e a lógica da matemática que me revelou.

 

Há alguns anos, escrevi alguns poemas, textos e me despedi por falta de tempo. Mas retornei porque a literatura nos consome de forma absurda, sem escolhas...

 

Sim, eu tenho uma espécie de superfaturamento literário, podem cantar a bola, eu jogo.

 

Sempre que perguntam porque escrevo tanto, digo que não posso perder as ideias que dançam tango no meu pensamento acelerado.

 

Meu processo criativo é instantâneo e sou muito exigente, a ponto de recriar a ideia original, no mínimo umas 5 vezes, rapidamente. 

 

Minha preferência é crônica, escrevo por amor; contos para colocar pra fora as histórias que vivem dentro; poesias, apenas quando sinto em 3 D.

 

Sou “pacificamente espiritualista”.

 

Não sou imparcial, mas não milito em extremos.

 

Tenho compulsão pela escrita, a minha analista é uma boa “tolhedora”.

 

Enfim, vida que segue, em linhas, nas linhas, por linhas. Paralelas, é claro. Porque não acredito no amor romântico e, por isso, sou uma autêntica “pessimista esperançosa”.

 

Sem educação, jamais! Respeito as diferenças.

 

“Posso não concordar com aquilo que dizes, mas defenderei até a morte o direito de dizê-lo.”

 

Help! Eu sou!

 

E se quiser me fazer feliz, dê-me um tema...

 

A vida sem cortes!