Manuel Bandeira, São João Batista do Modernismo Brasileiro
 
Manuel Carneiro de Souza Bandeira Filho, professor, poeta, cronista, crítico, tradutor e ensaísta, historiador literário, de cinema e artes plásticas, nasceu em Recife, no ano de 1886.
 
Sua infância e adolescência transcorreram entre várias mudanças da família - do Recife ao Rio de Janeiro, Santos e São Paulo. Bandeira cursou o Ginásio Nacional (atual Colégio Pedro II) no Rio de Janeiro.
 
Quando morou em São Paulo, Manuel se matriculou na Escola Politécnica. Pretendia ser arquiteto. Estudou também. à noite, desenho e pintura com o arquiteto Domenico Rossi no Liceu de Artes e Ofícios. Além disso, foi trabalhar nos escritórios da Estrada de Ferro Sorocabana, da qual seu pai era funcionário.
 
No final do ano de 1904, soube que estava tuberculoso. Abandonou todas as suas atividades e voltou para o Rio de Janeiro. Procurando melhores climas para sua saúde, passou temporadas em diversas cidades: Campanha, Teresópolis, Maranguape, Uruquê, Quixeramobim.
 
Em 1910, participou de em um concurso de poesia da Academia Brasileira de Letras, mas não venceu.
 
Em 1913, foi para a Suíça a fim de se tratar da tuberculose e conheceu várias artistas importantes. Tornou-se amigo do poeta francês Paul Éluard (1895 - 1952), com quem entrou em contato com a literatura de vanguarda francesa.
 
Em 1914, devido ao início da Primeira Guerra Mundial, voltou para o Brasil.
 
Em 1917, publicou seu primeiro livro, A cinza das horas, de nítida influência parnasiana e simbolista. Dois anos depois, lançou Carnaval, fazendo uso do verso livre. Já se mostrava um dos precursores da linha modernista, e Mário de Andrade o chamou de "São João Batista do modernismo brasileiro".
 
Em 1918, morre-lhe a irmã, que era sua dedicada enfermeira.
 
Em 1921, numa reunião na casa de Ronald de Carvalho, em Copacabana, conheceu Mário de Andrade, com quem passou a se corresponder, e entrou em contato com o novo movimento artístico, que surgia. Estavam presentes, entre outros, Oswald de Andrade, Sérgio Buarque de Holanda e Osvaldo Orico.
 
Em 1922, aconteceu a Semana da Arte Moderna, realizada em fevereiro, em são Paulo, no Teatro Municipal, da qual o poeta não participou por não concordar com a intensidade dos ataques feitos aos parnasianos e simbolistas. Entretanto, Ronald de Carvalho leu o poema Os Sapos, do livro Carnaval, que se tornou um verdadeiro hino dos modernistas. Nele, Bandeira se valeu mais uma vez do verso livre, principal característica de sua obra.
 
Em 1935, foi nomeado inspetor de ensino secundário pelo Ministro Gustavo Capanema.
 
Em 1937, recebeu o prêmio da Sociedade Filipe de Oliveira pelo conjunto da sua obra.


 


Em 1938, foi nomeado professor de literatura do Colégio Pedro II e membro do Conselho Consultivo do Departamento do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
 
Em 1940, foi eleito imortal da Academia Brasileira de Letras.
 
Em 1943, foi nomeado professor de literatura hispano-americana da Faculdade Nacional de Filosofia e saiu do Colégio Pedro II.
 
Em 1946, recebeu o prêmio de poesia do IBEC pelo conjunto de obra.
 
Em 1956, aposentou-se compulsoriamente, por motivos da idade, como professor de literatura hispano-americana da Faculdade Nacional de Filosofia.
 
Em 1966, quando comemorou 80 anos, recebeu muitas homenagens: a Editora José Olympio realizou em sua sede uma festa de que participaram mais de mil pessoas e lançou os volumes Estrela da Vida Inteira (poesias completas e traduções de poesia) e Andorinha Andorinha (seleção de textos em prosa, organizada por Carlos Drummond de Andrade); Brasília concedeu-lhe a Ordem do Mérito Nacional.
 
No dia 13 de outubro de 1968, aos 82 anos, morreu de parada cardíaca - e não de tuberculose, a doença que o acompanhara durante grande parte de sua vida, o poeta Manuel Bandeira, no Hospital Samaritano, em Botafogo, sendo sepultado no Mausoléu da Academia Brasileira de Letras, no Cemitério São João Batista.
 
Apesar dos amigos e das reuniões na Academia Brasileira de Letras, Bandeira, viveu solitariamente. Mesmo sendo um apaixonado pelas mulheres, nunca casou. Dizia que "perdera a vez".
 
Sua obra trata do quotidiano e é marcada por aparente simplicidade. Ele vale-se do apuro técnico e da musicalidade. Embora fosse vinculado ao modernismo, nunca deixou de lado as formas tradicionais, como sonetos, redondilhas, baladas, etc.
 
Além das obras citadas, ele escreveu, entre outras: Libertinagem, Estrela da Manhã, Lira dos cinquent'anos, Mafuá do Malungo, Belo Belo, Opus 10, Estrela da Tarde, Estrela a vida inteira. Publicou também obras em prosa, como Crônicas da província do Brasil, A flauta de papel, Itinerário de Pasárgada, Andorinha, andorinha, crônicas. 



 
Referências:
 
http://www.releituras.com/mbandeira_bio.asp
http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u275.jhtm
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/manuel-bandeira/manuel-bandeira-3.php
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/manuel-bandeira/manuel-bandeira-3.php