Rubem Braga, único autor de destaque na literatura brasileira, escrevendo somente crônicas
 


"Sempre tenho confiança de que não serei maltratado na porta do céu, e mesmo que São Pedro tenha ordem para não me deixar entrar, ele ficará indeciso quando eu lhe disser em voz baixa: `Eu sou lá de Cachoeiro...`”
 
                                                                                          Rubem Braga
 


Em 1913, nasceu em Cachoeiro de Itapemirim, ES, Rubem Braga, considerado por muitos o maior cronista brasileiro desde Machado de Assis e o único escritor que se destacou na literatura brasileira, escrevendo somente crônicas.
 
Iniciou seus estudos em sua cidade natal. Quando estava no Ginásio (hoje Ensino Fundamental), se desentendeu com o professor de matemática, porque ele o chamou de burro e pediu para os pais para sair da escola. Foi mandado, então, para o Colégio Salesiano de Niterói.
 
A partir dos anos 1930, começou no jornalismo, escrevendo crônicas para o jornal Diário da Tarde, de Belo Horizonte. Desde então, trabalhou para diversos jornais e revistas brasileiros.
 
Em 1932, em Belo Horizonte se formou em Direito, faculdade que iniciara no Rio de Janeiro. Nesta época já tinha participado, como repórter dos Diários Associados, da cobertura da Revolução Constitucionalista, em Minas Gerais.
 
Em 1936 quando o autor tinha 22 anos, publicou seu primeiro livro O Conde e o Passarinho. Também este foi o ano de seu casamento com Zora Seljan Braga, de quem posteriormente se desquitou.
 
Durante o Estado Novo, foi preso algumas vezes, e não foram poucas as vezes em que se escondeu da repressão, viajando por várias cidades do Brasil.
 
Em 1938, fundou, com Samuel Wainer e Azevedo Amaral, a revista Diretrizes.
 
De 1939 a 1945, foi correspondente de guerra na Europa, durante a Segunda Guerra Mundial, pelo Diário Carioca, tendo tomado parte da campanha da FEB (Força Expedicionária Brasileira) na Itália, em 1945. Sobre isso, escreveu o livro Com a FEB na Itália.
 
Em 1944, Braga publicou seu segundo livro, O Morro do Isolamento



 

De 1961 a 1963, foi embaixador no Marrocos.
 
Em 1968, com Fernando Sabino e Otto Lara Resende, fundou a editora Sabiá.
 
Em 1990, Rubem Braga morreu no Rio, deixando mais de 15 mil crônicas escritas em 62 anos de jornalismo.
 
Fernando Sabino o convidou para fazer uma descrição de si mesmo, e ele declarou: "Sempre escrevi para ser publicado no dia seguinte. Como o marido que tem que dormir com a esposa: pode estar achando gostoso, mas é uma obrigação. Sou uma máquina de escrever com algum uso, mas em bom estado de funcionamento."
 
Segundo o crítico Afrânio Coutinho, a marca registrada dos textos de Rubem Braga é a "crônica poética, na qual alia um estilo próprio a um intenso lirismo, provocado pelos acontecimentos cotidianos, pelas paisagens, pelos estados de alma, pelas pessoas, pela natureza."
 
Suas crônicas, marcadas pela linguagem coloquial e de forte lirismo, falam de temáticas simples: acontecimentos do cotidiano, paisagens e estados de alma. São crônicas de estilo poético.
 
O cronista nunca se afastou do jornalismo e como jornalista exerceu as funções de repórter, redator, editorialista e cronista em jornais e revistas do Rio, de São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre e Recife.
 
Além das obras citadas, escreveu, entre outras, Um Pé de Milho, O Homem Rouco, Três Primitivos, A Borboleta Amarela, A Cidade e a Roça, Ai de ti, Copacabana, A Traição das Elegantes, As Boas Coisas da Vida, O Verão e as Mulheres, O Menino e o Tuim, Recado de Primavera.
 

Referências:
 
http://www.releituras.com/rubembraga_bio.asp
http://www.e-biografias.net/biografias/rubem_braga.php
http://www.algosobre.com.br/biografias/rubem-braga.html
http://almanaque.folha.uol.com.br/rubem_braga.htm
http://www.infoescola.com/biografias/rubem-braga/

 
 
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