Antônio Vieira
1. BiografiaEm 1608, nasceu em Lisboa, de origem humilde.
Em 1614, com seis anos veio para o Brasil, para Salvador, Bahia. Seu pai foi nomeado escrivão do império português.
Estudou no Colégio dos Jesuítas, o único da época.
Em 1623, aos 15 anos, ingressou na Companhia de Jesus. Estudou teologia, lógica, física, metafísica, matemática e economia. Como se destacou nos estudos, foi indicado para redigir as atividades dos jesuítas, em carta anual, que era enviada aos superiores em Lisboa. lecionou humanidades e retórica em Olinda.
Em 1634, ordenou-se sacerdote, na Bahia. Tornou-se famoso como pregador polêmico. No púlpito, defendia a Colônia, protestava contra a escravidão, contra os pregadores que não cumpriam com sua missão de catequizar e evangelizar e a própria Inquisição, bradava pela expulsão dos holandeses de Pernambuco e pela influência negativa que exercia o protestantismo.
Em 1641, restaurada a monarquia por D. João IV, viajou a Lisboa, onde foi nomeado guardião da Coroa. Seus sermões tornaram-se célebres, admirados pelo rei e pela rainha D. Luisa. Vieira apoiava o rei, propôs anistia aos judeus, sugeriu a criação de companhias mercantis, o que resultou na criação da Companhia de Comércio do Brasil e esteve na Holanda, como embaixador para negociar a retirada dos holandeses do Brasil.
Em 1655, por não ter tido sucesso na sua missão, regressou novamente ao Brasil e foi para o maranhão com o objetivo de libertar os índios escravizados.
Em 1661, foi expulso do Maranhão pelos senhores de escravos que não aceitavam suas ideias contra a escravidão dos índios.
Em 1662, voltou para Lisboa.
Em 1665, foi preso pela Inquisição de Coimbra e mantido sob custódia por causa de suas opiniões heréticas e por defender os “cristãos novos”.
Em 1667, com a subida de D. Pedro I (de Portugal) ao trono foi absolvido e viajou para Roma, onde trabalhou como diplomata e pregador.
Em 1675, o Papa absolveu-o.
Em 1681, o Padre Antônio Vieira resolveu voltar definitivamente para o Brasil, instalando-se no Colégio dos Jesuítas, em Salvador, dedicando-se a organizar seus Sermões para publicá-los.
Em 1697, aos 89 anos, faleceu na Bahia.
2. Obra literária
Sua obra literária é dividida em:
1) Sermões: Ele escreveu cerca de 200 sermões em estilo barroco conceptista, que privilegiam a retórica e o encadeamento lógico de ideias e conceitos, cujo mais famoso é o Sermão da Sexagésima, que tem como tema a arte de pregar.
Seus sermões obedecem rigorosamente à seguinte estrutura:
Introito ou Exórdio: a apresentação do assunto.
Desenvolvimento ou argumento: defesa de uma ideia com base na argumentação.
Peroração: parte final, conclusão.
2)Cartas: Vieira escreveu aproximadamente 700 cartas que abordam a inquisição, os novos cristãos e a relação Portugal e Holanda.
3) Profecias: História do Futuro, Esperanças de Portugal, Clavis Prophetarum.
SERMÃO DA QUINTA DOMINGA DA QUARESMA
O Domingo das verdades. No Maranhão a corte da mentira. O galante apólogo do diabo. O M de Maranhão. No Maranhão até o sol e os céus mentem.[...]
E se as letras deste abecedário se repartissem pelos estados de Portugal, que letra tocaria ao nosso Maranhão? Não há dúvida, que o M. M - Maranhão, M - murmurar, M - motejar, M - maldizer, M - malsinar, M - mexericar, e, sobretudo, M - mentir: mentir com as palavras, mentir com as obras, mentir com os pensamentos, que de todos e por todos os modos aqui se mente. Novelas e novelos, são as duas moedas correntes desta terra, mas têm uma diferença, que as novelas armam-se sobre nada, e os novelos armam-se sobre muito, para tudo ser moeda falsa.
Referências:
http://educacao.uol.com.br/biografias/antonio-vieira.jhtm
http://www.soliteratura.com.br/barroco/barroco06.php
http://www.suapesquisa.com/quemfoi/padre_antonio_vieira.htm
http://www.slideshare.net/siba73/a-vida-do-padre-antnio-vieira
http://www.estudopratico.com.br/vida-e-obras-de-padre-antonio-vieira/
http://www.literaturabrasileira.ufsc.br/documentos/?action=download&id=12086
http://espelhoesonho.blogspot.com.br/2010/08/1b-pe-antonio-vieira.html
http://www.brasiliana.usp.br/node/418
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