OSCAR WILDE
 

 
Nascido em Dublin, Irlanda, em 16 de outubro de 1864 – falecido em Paris, França, em 30 de novembro de 1900.
 

Oscar Wilde é um de meus autores favoritos, não apenas devido ao teor imaginativo de suas histórias, mas também pelo seu espírito livre e avançado demais para sua época, sua franqueza, seu humor sardônico e senso crítico. Apesar de ter se casado e tido dois filhos, Wilde era homossexual não-assumido (assumir a homossexualidade na Inglaterra naqueles tempos significava prisão, pois a homossexualidade era considerada um crime). Ao ser denunciado pelo pai de seu jovem amante, porém, ele não viu outra saída senão assumir sua condição, sendo preso e banido da sociedade britânica.

Seus filhos e esposa deixaram a cidade, assumindo um novo sobrenome a fim de escapar à desonra.

Todos conhecem seu livro mais famoso, “O Retrato de Dorian Gray,” no qual ele fala de um personagem belíssimo, que a todos atraía na sociedade, mas que por dentro, era vil, mesquinho, egoísta, insensível  e ambicioso. Porém, toda a sua feiura verdadeira expressava-se em um quadro que ele mantinha escondido em seu quarto, cujo retrato envelhecia e tornava-se cada vez mais feio, enquanto Dorian Gray conservava sua beleza e juventude. Creio que Dorian Gray expressa muito da alma humana, que vive de aparências enquanto esconde seus verdadeiros sentimentos, interesses e pensamentos.

Li também a sua comovente fábula, “O Príncipe Feliz,” uma história para crianças com um fundo de moral, que fala da amizade entre um pássaro e a estátua de um príncipe, que postada no alto de uma cidade, começa a doar suas pedras preciosas e sua cobertura de ouro para ajudar os moradores da cidade. 


Em sua obra “A alma do Homem Sob o Socialismo,” Oscar Wilde afirmou que  "A maioria das pessoas estraga suas vidas com um altruísmo insalubre e exagerado - são forçadas a isso, de fato, e assim são estragadas": ao invés de perceber seus verdadeiros talentos, gastam seus tempo resolvendo problemas sociais causados pelo capitalismo, sem eliminar a causa comum deles. Assim, pessoas preocupadas "séria e muito sentimentalmente dão a si mesmas a tarefa de remediar os diabos que vêem na pobreza, mas seus remédios não curam a doença: eles meramente a prolongam". 

Declarava ser necessária a criação de uma sociedade que banisse a pobreza. Porém, ele mesmo jamais contribuiu para alguma causa social, e passou a vida preocupando-se mais consigo mesmo e satisfazendo os próprios desejos do que o contrário. 

Mas minha leitura favorita, é “De Profundis,”  que são cartas ressentidas que Oscar Wilde escreveu a seu amante, Lorde Alfred Douglas, durante os dois anos que passou fazendo trabalhos forçados na prisão de Reading por ser homossexual. 
Durante seu julgamento, após ser pressionado, Oscar Wilde admitiu sua homossexualidade e proferiu um discurso tocante:

“Esse amor é a grande afeição de um homem mais velho por um homem mais jovem, como aquela que houve entre Davi e Jônatas, o amor que Platão tornou a base de sua filosofia, o amor que se pode achar nos sonetos de Miguel Ângelo e Shakespeare. Tal amor é tão mal compreendido neste século que se admite descrevê-lo como o ‘amor que não ousa dizer seu nome’. Ele é bonito, é bom, é a mais nobre forma de afeição. Não há nada nele que seja antinatural. Ele é intelectual, e repetidamente tem existido entre um homem mais velho e um homem mais novo, quando o mais velho tem o intelecto e o mais jovem tem toda a alegria, a esperança e o encanto da vida à sua frente. O mundo não compreende que seja assim. Zomba dele e às vezes, por causa dele, coloca alguém no pelourinho.”

Enquanto esteve preso, Oscar Wilde experimentou a solidão e o abandono daqueles que diziam-se seus amigos. Não foi visitado sequer por seu ex-amante, que, segundo Oscar Wilde, levou-o à ruína financeira. Ao deixar a prisão, apenas seu amigo íntimo, Robert Ross, foi encontra-lo. Dali em diante, vivendo em ruína financeira, passou a viver em hotéis baratos, sofrendo de sífilis, meningite e alcoolismo, e finalmente recebendo o perdão da Igreja Católica em seu leito de morte. 
 
Fontes: Wikipedia
Revista Cult
 



ALGUMAS FRASES CÉLEBRES:


“Frequentemente tenho longas conversas comigo mesmo, e sou tão inteligente que algumas vezes não entendo uma palavra do que estou dizendo.” 


“Sou contra os noivados muito prolongados. Dão tempo às pessoas para se conhecerem melhor, o que não me parece aconselhável antes do casamento.” 


“Por detrás da alegria e do riso, pode haver uma natureza vulgar, dura e insensível. Mas por detrás do sofrimento, há sempre sofrimento. Ao contrário do prazer, a dor não usa máscara.” 


“Posso resistir a tudo, menos às tentações.” 


“Tenho gostos simples. Me satisfaço com o melhor.” 


“Nenhum grande artista vê as coisas como realmente são. Caso contrário, deixaria de ser um artista.” 


“A cada bela impressão que causamos, conquistamos um inimigo. Para ser popular é indispensável ser medíocre.” 


“Um cínico é um homem que sabe o preço de tudo, mas o valor de nada.” 


“Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe.” 


“É o que você lê quando não tem que fazê-lo que determinará o que você será quando não puder evitar.” 



“A experiência não tem valor ético algum, é simplesmente o nome que damos a nossos erros.” 



“O mundo é um palco, mas o elenco é mal escolhido” 


Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 31/01/2018
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