O FAZER POÉTICO DE JUDITE ROCHA

O Fazer Poético de Judite Rocha

Posso dizer que a poesia está presente em minha vida, desde que passei a conviver com pessoas, sentir algo em relação ao mundo. Aos meus oito anos de idade, quando ainda não frequentava uma escola convencional, mas já sabia ler e escrever, pois tinha aprendido com meu pai, que dava aulas aos agricultores que queriam aprender a ler e sair da escuridão. Durante o dia o trabalho era duro, na roça, tanto para meu pai, quanto para eles, mas a noite o salão que funcionava como padaria, transformava-se numa escola. Eu o ajudava neste ofício ainda criança, e assim aprendi o que ele ensinava aos outros.

Antônio Ferreira da Rocha, meu pai, fazia aquilo, com tanto amor, que tomei gosto pela profissão. Mas não era só a lição dos livros, que me fascinava. A maneira que ele falava, o jeito de usar as palavras, a expressão usada para mostrar o valor das coisas, do arado da enxada, do trabalho, era impressionante!

A prendi muito cedo, a valorizar o ser humano, e o que é essencial para viver em paz e em harmonia com as pessoas.

Nem tinha conhecimento do que era poesia, o fazer poético, a arte de brincar com as palavras. Expressar os meus sentimentos era o suficiente. Como o poeta é um observador de ilusões, pois é daí que surge a poesia, alguns momentos de reflexão, de solidão, de inquietação, de angústia, de alegria me fazem escrever poesias. Isso me faz lembrar, uma poesia de Cecília Meireles, pelo fato de também gostar de cantar.

MOTIVO

Eu canto porque o instante existe

e a minha vida está completa.

Não sou alegre nem sou triste:

sou poeta.

Irmão das coisas fúlgidas,

não sinto gozo nem tormento.

Atravesso noites e dias

no vento.

Se desmorono ou se edifico,

se permaneço ou se me desfaço.

-Não sei, não sei. Não sei se fico

ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.

Tem sangue eterno a asa ritmada.

E um dia sei que estarei mudo:

-mais nada.

A poesia como atividade de produção artística, veio depois, com as publicações dos meus livros. "Pedaços de Mim" em 2003 e" Meu Caminhar"em 2011. Esse espaço entre os dois sem publicar, é devido ao tempo, pois a minha função na Educação exige muita dedicação, e é o que priorizo no momento.

Como a poesia surge nas ocasiões inusitadas, vou vivendo cada momento.

Muito em breve estarei lançando mais uma obra: "Anjo azul" uma crônica narrativa, que está a caminho. Aguardem novas informações.

Um grande abraço. Judite Rocha.

Judite Rocha e Cecília Meireles ( poesia" MOTIVO" Citada.)
Enviado por Judite Rocha em 02/04/2018
Reeditado em 29/11/2019
Código do texto: T6297431
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