Sou DDA e DDAí? 12 - DDAlcoolismo

Se me lembro bem, no livro que li sobre DDA/TDAH, "Tendência a Distração", me chamou a atenção o maior índice de alcoolismo e drogas entre DDA/TDAH. Diz a lenda!

Primeira lembrança em cemitério quando criança, 6 ou 7 anos, foi de um tio-avô paterno. Tinha falecido como consequencia do alcoolismo.Eu tinha10 anos quando meu avô materno faleceu, de alcoolismo.

Fui juntando as peças.

Quando li um outro livro O Revólver Que Sempre Dispara - Descobri que havia possibilidade de eu ter um “programa executável” de alcoólatra na minha genética.

Vi entre parentes o alcoolismo de perto mostrando suas garras “incurável, progressivo e fatal”, como ensinam nos grupos de 12 passos do A.A.. Já tinha sentido uma dor de luto quando criança de um avô que faleceu de alcoolismo.

No grupo de 12 passos nas partilhas ouvia relatos de pessoas com dores na alma. Longe dos filhos, maridos, esposas, noivos, namorados, irmãos, amigos…

Refleti num daqueles dias:

_ Meu avô não conseguiu se recuperar do alcoolismo. E passados mais de 40 anos sinto falta dele. Do sorriso e do carinho dele.

Como DDA, não me falta imaginação, fiquei passando um filme de minhas filhas e esposa num grupo de apoio de co-dependentes falando de mim, das dores que causei, confusas em sentimentos de amor e culpa por também sentir ódio de mim. E ao mesmo tempo não sabendo se sentiam saudades ou alívio por eu estar numa clínica de recuperação.

Me perguntei

_O que faço para que esse filme não aconteça na vida real da minha família?

Eu já não bebia frequentemente. Só aqueles momentos de final de ano que brindam um espumante e uma vez ou outra. Mas no grupo de 12 passos percebi que para o meu caso, com histórico familiar e agora com o diagnóstico de DDA/TDAH, eu e somente eu era responsável pela minha prevenção.

Isso mesmo! Enquanto a maioria estavam ali para “recuperação” do alcoolismo. Decidi fazer a “prevenção” do alcoolismo. Faz 8 anos que evito o “primeiro gole”, não porque fui um alcoólatra, mas porque não quero correr o risco de ser. E nem ter minhas filhas e esposa partilhando dores que talvez pudesse causar.

Livros citados:

1- Tendência a Distração - Autor: Edward M. Hallowell,

2- O Revólver Que Sempre Dispara - Autor: Emanuel Ferraz Vespucci