Minha história capítulo II

"Por que o nome mãe me é estranho".

Permaneci no seio de estranhos, fiz deles meu laço mais forte, no convento dos contos de fada onde existia muito amor, e por mais que houvesse nao era o suficiente para preencher o grande vazio em meu peito.

O lar dos sonhos era tudo o que eu tinha, a coberta quentinha, os abraços aconchegantes, os atos mais afetuosos, as farturas da mesa, tudo era meu, então o que faltava? Faltava a casa mais simples, a mesa escassa, os pés descalços e sobretudo o amor de verdade, vindo do berço da madeira mais frágil e do laço mais forte.

Lágrimas e lágrimas rolaram em meu rosto, molhando os vestidos mais lindos, sem saber os olhos choravam cheios de dúvidas e angústias, que refletiam nos pingos de prata e se dissipavam sem resposta, sem cor.

Quando ela foi me buscar no orfanato não sabia quem era, me refiro a minha mãe. Nesse dia chorei e esperneei,

Não queria ir com alguém desconhecido. Logo de súbito percebi uma pessoa um tanto impaciência, que me fez calar meu choro com gritos.

Certo, não foi esse o encontro que esperava, e não melhorou muito na estadia lado a lado em seu caminho.

Ela sofreu muito na infância, perdeu sua mãe quando criança, e cresceu sem muita direção, por isso hoje eu grito, "eu compreendo teu lado".

Eu sofri maus tratos, violência doméstica e abandono pelas próprias mãos de minha mãe, imprudência, falta de juízo, falta de amor, o que leva uma pessoa a tratar um filho assim? Bom, com ela cheguei a conclusão que ainda não tenho a resposta, mas no meu coração o julgar não está no primeiro plano.