Sou DDA e DDAí? Episódio 17 - Cambalhotas com meus botões

Li num livro...ou será num artigo?....ou será que ví num vídeo?

Sei lá!!!

Que pessoas com DDA/TDAH têm dificuldades de memória.

Cá pra mim, isso é bem genérico. E bota genérico nisso.

Vou partilhar de mim, como DDA/TDAH para lembrar, "onde", é difícil algumas vezes.

Mas nem tudo esqueço, ou seja, não deleto tudo.

Outras vezes demoro um pouco para fazer o “download” da lembrança do HD do cérebro . Uma vez que estou muitas vezes na nuvem.

As lembranças descem das nuvens para minha mente, nuvens de perto e nuvens de longe. Não estão prontas no HD do cérebro para serem usadas já! Não é só acessar. E ainda assim mesmo às vezes descem fragmentadas.

Também fiquei sabendo não sei por onde, que DDA/TDAH da gema mesmo a "hiperatividade não vai embora quando nos tornamos adultos”.

Em vez de cambalhotas no meio da sala que não pega bem para um adulto...a hiperatividade transforma-se em: pés agitados, mãos que necessitam de algo para mexer, batidinhas de talheres nos copos, chaves na mão como uma "batata quente", senta-levanta-senta-levanta.

Uma das hiperatividades no meu caso é intolerância de escutar palestras sem fazer algo paralelamente. E paralelamente eu faço desenho num pequeno papel, qualquer desenho. Depois jogo fora.

No meu caso pensando aqui com meus botões. Na faculdade desenhava enquanto o professor explicava a lição, dobrava e desdobrava pedaços de papel que estavam ao alcance de minha mão.

Hoje quando converso prefiro um papel e caneta ou lápis para descarregar a hiperatividade focada em algo controlável e conseguir prestar atenção nos assuntos das conversas.

No grupo de 12 passos que frequento, aprendi que necessito sair da negação e admitir, abrir mão do controle. Hoje vivo mais criativamente sem me culpar tanto. Fui aprendendo a receber ajuda. A baixar a guarda. Não ser tão orgulhoso, tão religioso. Tão cheio de mim mesmo.

Eu não posso, alguém lá de cima pode... se eu deixar!