Minha história capítulo VII

"A infância é a coisa mais preciosa que um ser humano pode ter na vida".

Não que eu não tive infância, eu tive e foi mágico. Muitos brinquedos no orfanato dos sonhos, poucos brinquedos na realidade sofrida, porém muita imaginação.

Quando passei a morar com meu pai a rua era fechada, no qual morávamos no final da rua e onde minha querida vozinha ainda mora, enfim havia muitas crianças naquele local e eu me tornei amiga de muitas delas, amizade que guardo no peito até hoje, pois eles me aceitavam do jeito que sou, e isso era tudo pra mim.

Futebol, queimada, vôlei, bolinha de gude, não tem do que nós não brincávamos, a inocência de uma criança é preciosa por demais, e não deve ser desprezada.

Fui crescendo buscando criatividade naquilo que me era oferecido, ora de bom grado, ora obrigados, mesmo assim eu recebia, pois meu coração ansiava por amor, e queria repousar em corações abertos e recíprocos.

Eu também possuia meus amigos imaginários, e conversava com os objetos, mesa, cadeira etc...

Isso de certa forma me consolava, também foi nessa época que comecei a ouvir frases do tipo que menina estranha, entrava por um ouvido e não saia pelo outro literalmente e concretamente, hoje cheguei a conclusão que armazenei tudo que as pessoas me disseram e por isso meu baú estava tão grande.

Comecei inconcientemente a me concentrar mais naquilo que me interessava.

Logo na escola gostava do momento da redação, pois surgiam palavras e mais palavras, curioso, gostava de ler la na frente, de pé e olhando para os colegas, de certa forma eu queria aparecer, queria gritar por ajuda, queria me mostrar, queria ser aceita.

Na escola eu não era de tirar dez em todas as matérias, mas sempre fui fã do português, também pudera, me apaixonei pelas letras assim que nós fomos apresentadas.

La vai a menina

bailando na vida,

com seus pés descalços

cantando lá lá lá.

Sorriso faceiro

provou pra que veio,

com traços só dela

jeito brasileiro.

Veio pra ser luz

mostrar o perdão,

amor pelo outro

curar o coração.

Patrícia Onofre
Enviado por Patrícia Onofre em 23/07/2018
Reeditado em 02/02/2019
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