EU VENCI A SÍNDROME DE GUILLAIN-BARRÉ

Bom, vou dar uma breve resumida na minha história. Me chamo Luana, tenho 21 anos e moro em Itápolis-SP.

Tudo começou com a falta de sensibilidade no corpo e logo depois falta de forças. Eu andando ou até mesmo no banho, caia... comecei achar estranho, mas fui deixando o tempo passar pensando que poderia ser efeito do remédio tramal, já que anteriormente tinha sido internada três vezes por conta de dores horríveis. Mas como fui ignorante! Chegou um dia em que eu não conseguia mais me movimentar direito e não conseguia mais andar, mas eu era teimosa, nunca passou pela minha cabeça que o corpo poderia perder os movimentos, então eu fiquei três dias na minha casa assim, sem andar e sem me movimentar. Porém, teve um dia em que eu resolvi ir no hospital da cidade perto da minha, chegando lá fizeram exames e nada, ainda eu ouvi de enfermeiros que era frescura da minha parte. Do jeito que eu cheguei no hospital eu parti, de cadeira de rodas... comecei a ficar com medo então resolvi entrar em contato com o SAMU. Eles me levaram direto para dentro do hospital chegando lá o médico levantou a questão que poderia ser SÍNDROME DE GUILLAIN-BARRÉ, a qual é uma doença autoimune inflamatória dos nervos e de suas porções próximas a suas origens junto a medula espinhal, caracterizada por quadro de fraqueza progressiva, podendo levar a insuficiência respiratória.

No mesmo dia me internaram na UTI e fizeram exame com o líquido da espinha e de fato era essa síndrome. No outro dia parti para a UTI de Araraquara e foi ai que tudo começou, foi horrível. Eu só conseguia movimentar o pescoço eu olhava para meu corpo e tentava me movimentar e nada. Teve um dia que passei mal e me levaram em coma induzido e assim fiquei por quase três dias e quando acordei estava com traqueostomia, respirando com ajuda de aparelho, sonda de alimentação e urinária.

Comecei a fazer o tratamento com imunoglobulinas (anticorpos) que são proteínas de importância vital que circulam no sangue e realizam uma grande variedade de tarefas. Eles influenciam significativamente o equilíbrio do nosso sistema imunológico.

Também iniciei fisioterapia. Fiquei um mês na UTI e um mês no hospital de Araraquara, as dores eram terríveis, eu dependia totalmente de alguém até para trocar a posição do corpo na cama, foi horrível, mas eu precisava. Em seguida me encaminharam para minha cidade na qual fiquei mais um mês internada, mas para a surpresa de todos eu estava melhorando muito rápido. Confesso que fiquei mais medrosa, era desesperador quando as enfermeiras queriam me levar pra tomar banho de cadeira ou quando os fisioterapeutas me colocavam sentada... eu chorei eu sofri, e fora tudo isso, eu tinha que aguentar o divórcio. Sim meu ex marido simplesmente decidiu se separar, eu me senti abandonada. Mas graças a Deus minha família continuou do meu lado me ajudando no que podia... eu não dormia sozinha um dia sequer desde a UTI, pois eu precisava de alguém para me ajudar em tudo! Pois eu não fazia nada. Eu tenho tantas lembranças. Mas meu coração se alegra em saber que passei por tudo isso e mesmo assim sigo feliz e confiando em Deus. O que me deixou muito feliz é o carinho que o povo da minha cidade teve comigo. Muitas pessoas me ajudaram. Eu recebi tantas palavras de carinho e ainda recebo! Eu não estou totalmente recuperada, pois ainda preciso me livrar do andador.

Contudo, eu quero com essa história pedir que vocês sejam gratos pela vida. Mesmo com todas as dificuldades AGRADEÇA e creia que o amanhã pode e vai ser muito melhor!

Luana Sales
Enviado por Luana Sales em 01/08/2018
Código do texto: T6406733
Classificação de conteúdo: seguro