COLECIONADOR DE MÁSCARAS

Vi por essas noites amores,

bastardos;

Vi as máscaras se desbotarem,

feito mortos;

vi de repente,

o teatro vazio,

as cortinas fechadas;

escuro cenário.

E em meio

as mais perfeitas estrofes,

atrás de tantas máscaras,

esse pobre personagem,

visivelmente, sofre;

e clama em "soletude" ainda.

Passageiro amor

dança do ventre, espumante...

troca de rosto

mas não tira a máscara;

troca de máscara,

mas não tem mais rosto.

O vampiro segue,

certo de ter em seus cenários,

a noite prata dos solitários;

do amor a paixão;

entre linhas, cheiros e óleos;

mascarado,

conhecedor das faces

mais sórdidas e raras;

De preto sempre pelas cidades,

como um colecionador de máscaras.

(Edmilson Emilio Cunha)

Em "O colecionador de máscaras"

Edmilson Cunha
Enviado por Edmilson Cunha em 11/10/2018
Reeditado em 14/05/2021
Código do texto: T6473404
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