1067-TRABALHANDO NAS PEDREIRAS

Elvira Colombarolli – Biografia – Cap. 7

Secondo era um trabalhador incansável, para quem não havia trabalho ruim. A cidade crescia. Havia grande demanda de serviços e de materiais de construção, notadamente por pedras, pela abundância e baixo valor agregado. A prefeitura adquiria meios fios e paralelepípedos para calçar ruas.

A pedreira da família Cantieri que extraía a pedra do tipo cabo verde, empregava alguns trabalhadores que estivessem dispostos a enfrentara dura lida.

Havia outra pedreira, a da família Jacinta, que extraioa um tipo de pedra vermelha, de boa qualidade, apropriada pra calçamentos de currais, alicerces de casa, cabeceiras de pontes e brita para fazer concreto.

Para Secondo Colombarolli não havia serviço ruim ou estafante. Trabalhava sem qualquer vinculo, e como a demanda das pedreiras por mão de obra era crescente, ele trabalhava por dia, ora numa ora noutra pedreira.

O trabalho na pedreira era árduo e cansativo. Poucos adultos aguentavam tal serviço durante muito tempo. Segundo, entretanto, enfrentava a lida com vigor inusitado, e levava, para ajudá-lo os dois filhos Pedro e Domingos, garotos de dez e onze anos.

Vitorio, que já era um rapaz também trabalhador, não seguiu os passos de seu pai, com referência à profissão. Desde jovem partiu para o ramo de marcenaria e adquiriiu, com mais dois sócios, um deles de nacionalidade portuguesa, Sr. Benedito, e outro o senhor Walter Braghini, uma ampla propriedade à Rua Pinto Ribeiro, na cidade se São Sebastião do Paraíso. A fabrica de móveis que ali instalaram funcionou durante dezenas de anos e produziu móveis de fina qualidade. Vitório permaneceu por muito anos com esta fábrica de móveis e serraria até o seu falecimento.

Na fabrica de móveis, Vitório “deu a mão”, isto é, ajudou alguns irmãos e parentes, proporcionando-lhes aprendizado e trabalho. Da grande oficina saíram também grandes e importantes obras na cidade, sendo a mais destacada construção do gigantesco Seminário Sion, erigido pelos padres da congregação de Nossa Enhora do Sion, onde atualmente funciona uma faculdade.

Domingos casou-se com Nair, de tradicional família da cidade, desenvolveu uma fábrica de tijolos em terreno do seu sofro, Domingos Toprquato do Nascimento. O transporte dos tijlos da olaria para as construções na cidade era feito em carroção puxado por quatro animais, que era extremamente difícil, devido ao declive da estrada, o que o levou a compra de um caminhão robusto e apropriado para tal serviço.

Pedro continuou trabalhando com o pai, e tornou-se hábil no trato com a dinamite usada para quebrar o paredão de pedra em grandes blocos uniformemente retangulares ou quadrados. Tornou-se o técnico neste mister, e graças a isto, trabalhou na pedreira dos Cantieri até o fim da vida.

ANTONIO ROQUE GOBBO e DARCY MOSCHIONI

Belo Horizonte,10 de Junho de 2018

Conto # 1067 da Série INFINITAS HISTÓRIAS

Antonio Roque Gobbo
Enviado por Antonio Roque Gobbo em 20/10/2018
Código do texto: T6481671
Classificação de conteúdo: seguro