1080-DEIXANDO A CHÁCARA

Elvira Colombarolli – Biografia – Cap. 20

Elvira passou a residir na chácara desde o seu casamento, em julho de 1934. Com energia, alegria e muita confiança em Deus, e sempre ao lado do marido Alpineu, foi a geratriz de numerosa família, de duas filha e três filhos: Dirce, nascida em 1935, Natal em ..., Orlando em ..., Darcy em ... e Maria José em...-

Viu o afastamento de seu Anibal e dona Beatriz, sogro e sogra: foram para a casa de filhos na cidade, por motivos de saúde.

Os filhos foram crescendo. Orlando e Natal foram aprender oficio de marceneiro, na grande oficina de seu tio Vitório. Darcy, Dirce e Maria José estudaram em SSParaiso: Darcye no ginásio, Dirce na escola de enfermagem da Santa Casa de Misericórdia e Maria José no Colégio Paula Frassinetti.

Os rapazes, ao completarem 18 anos e após o obrigatório ano no Tiro de Guerra, tomaram seus rumos. Orlando e Darcy foram para o Rio de Janeiro. Natal casou-se e foi morar na cidade. Dirce foi para Campinas e Maria José para Belo Horizonte.

Ficaram Elvira e Alpineu na pequena chácara. Os trabalhos da olaria foram ficando cada vez mais pesados para Alpineu, que a arrendou e passou a cuidar só da parte da chácara não ocupada pela olaria.

O cansaço e a solidão foram tomando conta do casal. A cidade crescia e encostava-se nas terras da pequena propriedade. Animais selvagens atacavam no galinheiro. Pequenos furtos aconteciam constantemente. O numero de visitantes, que Elvira chamava de “turistas”, crescia sempre, pois a receptividade dela e do marido eram sempre de corações abertos. Os domingos eram sempre “cheios”, isto é, trabalhosos em função dos visitantes.

Tudo isto foi mudando a satisfação de permanecer na Chácara. Foram-se sentindo frágeis e intranquilos.

Talvez prevendo que um dia eles iriam residir na cidade, Alpineu construiu uma casa residencial na Rua dos Antunes, 1818. Grande foi a ajuda que os filhos Natal e Darcy naquela construção. Natal, que já era bom marceneiro, ficou encarregado dos trabalhos de madeira: engradamento para o telhado, portas e janelas, bem como os móveis. Darcy no transporte de tijolos, cimentos e todos os materiais para a construção. Terminada, Alpineu a alugou.

Em julho de 1966 Darcy, que havia residido por 2 anos na cidade Jequitinhonha, como funcionário do Banco do Brasil, retornou a São Sebastião do Paraiso. Comprou um jipe que entregou ao pai, Alpineu, para que pudesse de certa forma facilitar a vida do casal.

Foi um conforto para Alpineu e Elvira, pois podiam se deslocar com facilmente para qualquer local, antes feito com um velho caminhão.

Com o uso do pequeno e ágil veículo, próprio para estradas lamacentas, a liberdade para ambos se tornou realidade. O veículo com os bancos mais altos e um bom suporte para as mãos, transitava por estradas lamacentas e esburacadas, transportando de tudo: ora pessoas, ora pequenos animais, ou sacarias de mantimentos produzidos na chácara ou compras feitas na cidade.

Alem do que, Elvira podia visitar a mãe, dona Rosa Stevanato. com mais frequência

De uma certa forma o veículo veio impulsionar a ideia da mudança para a cidade.

ANTONIO ROQUE GOBBO e DARCY MOSCHIONI

Belo Horizonte, 3 de julho de 2018.

Conto # 1080 da Série INFINITAS HISTÓRIAS

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Antonio Roque Gobbo
Enviado por Antonio Roque Gobbo em 06/11/2018
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