Feira de Alagoinha do Piauí

O surgimento de Alagoinha do Piauí, como no restante do Estado, está intimamente ligado a criação de gado. O Rio Marçal que margeia a cidade teve papel determinante na aglutinação de diferentes famílias. Historicamente, os habitantes do lugarejo residiam em áreas de terras apropriadas para o cultivo do feijão, milho e mandioca durante o período chuvosa e na seca se mudavam para a “ribeira”, como era chamada a beiro do rio.

Alagoinha foi uma importante “ribeira” tanto que ao longo dos anos foi se tornando morada definitiva para muitas famílias. O advogado Erasmo Alencar, natural de Alagoinha do Piauí e radicado em Picos (PI), conta que Emídio Reis da Rocha (1961-2013) lhe relatou que Nicomedes da Silva Rocha (1917-1980), seu pai, costumava dizer que a feira de Alagoinha se formou por intermédio de uma “budega”, como eram chamados os pequenos mercadinhos naquela época.

Era um quartinho simples com alguns produtos para vender e apartir daí foi se transformando em um ponto de encontro e pessoas interessadas em comercializar animais acabavam levando os bichos para as proximidades do pequeno comércio.

São Julião, que era apenas um povoamento já contava com uma feira aos sábados, e os moradores passaram a freqüentar Alagoinha aos domingos no qual chamavam de “Feira Nova”, ou seja, possivelmente o primeiro nome da área urbana de Alagoinha pode ter sido “Feira Nova’.

A escritora e professora Fidélia Rocha, em suas anotações, registrou que a primeira feira oficial de Alagoinha aconteceu em uma segunda-feira, no dia 15 de outubro de 1928. Dois anos depois foi construído o mercado público, em 1930, no local onde ficava o comércio de João Gabriel de Brito, que vendia ferramentas agrícolas e produtos artesanais feitos em couro e madeira.

João Gabriel de Brito, era filho de Gabriel Pedro de Brito, sobrinho de Antônia Maria do Nascimento, segunda esposa do Coronel Joaquim da Rocha Soares, patriarca da Família Rocha. Sendo assim, Gabriel era primo legítimo do Major Leopoldino da Rocha Soares (1869-1934).

Na década seguinte, Marcos João de Carvalho (1919-1989) construiu a Igreja dedicada a São João Batista, obra finalizada em 1946. Com o templo estavam concluídos os alicerces para a prospreridade do que hoje conhecemos como Alagoinha do Piauí.

Marcos João de Carvalho era casado com Maria Santa de Carvalho (1919-2001), mais conhecida como “Santa”, filha do casal Joaquim Leopoldino da Rocha (1893-1975) e Maria Francisca das Dores (1896-1954).

Desde os primórdios de Alagoinha, os Carvalhos têm uma relação matrimonial estreita com os Rochas. Joaquim da Rocha Soares casou em primeiras núpcias com Francisca Maria da Conceição e sua irmã Mariana Francisca de Jesus se tornou esposa de Valentim Rodrigues de Carvalho. Os irmãos Francisca e Valentim eram filhos de Ricardo Rodrigues de Carvalho e Maria Antônia da Conceição.

Anos mais tarde, um dos filhos de Valentim e Mariana, Marcos Francisco de Carvalho se casou com a tia Dorotéia Maria da Conceição, irmã de seu pai Valentim. Marcos e Dorotéia tiveram João Marcos de Carvalho que se uniu matrimonialmente com Josefa Prima de Jesus, casamento que resultou no nascimento de Marcos João de Carvalho, construtor da Igreja Matriz de Alagoinha.

Jonas Rocha
Enviado por Jonas Rocha em 07/11/2018
Reeditado em 09/11/2018
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