PAULO FREIRE (1921-1997)

 

 


 
Paulo Reglus Neves Freire nasceu no dia 19 de setembro de 1921, tendo por pai o capitão da polícia militar Joaquim Temístocles Freire e por mãe Edeltruds Neves Freire, chamada de Dona Tudinha, na cidade do Recife. Ainda quando adolescente, perde o pai aos 13 anos, e assim foi sustentado pela mãe, ele e seus três irmãos, Stela, Armando e Temístocles. Morou ainda em Jaboatão dos Guararapes, onde fica por dez anos. Consegue apoio na escola para não pagar matrícula e ainda ajuda na disciplina, e ainda em professor de português. Sua irmã Stela foi também professora de educação primária. Temístocles serviu o exército e Armando foi funcionário da prefeitura. Apesar de fazer parte da classe média, Paulo chegou a passar fome na crise de 1929, o que talvez o fez se preocupar com os pobres em seu sistema de ensino (apesar que o oprimido não é tão definido como tal...). Claramente ligado a ideologia comunista e de esquerda, falou de uma “educação molhada em ideologia”. Já em ano de 1943 ingressa na Faculdade de Direito do Recife e em ano seguinte se casa com Elza Maria Costa de Oliveira, também professora, e com esta teve cinco filhos. Continuou então professor de português e de Filosofia da educação, esta na Universidade Federal de Pernambuco e aquela no colégio Oswaldo Cruz. Em 47 foi noemado diretor de educação do Serviço Social da Indústria. Ele não exerceu a advocacia, mas ficou na área da educação, em especial como professor de português. Já em 55 funda no Recife o Instituto capibaribe, este que continua em atividade. Em 61 que prova a sua prática com a alfabetização de cortadores de cana, com assim o seu método de ensino, isso em 45 dias. Observando o resultado, o governo Goulard usou seu método em larga escala, mas em 1964 a revolução militar cortou esse uso de seu sistema de educação (obviamente comunista...). Recebeu título de Doutor Honoris Causa da PUC de São Paulo, recebendo mais 40 semelhantes. Preso como traidor por 70 dias, passando a fugir (nunca houve decreto de exílio...) para a Bolívia, bem como no Chile onde participa de reforma agrária.


Em 1967 escreve seu primeiro livro, “Educação como prática da liberdade”, quando no Chile, em fuga do Brasil. Há escultura sua ao lado de Mao Tsé-Tung e Pablo Neruda, em Estocolmo. Em 1969 foi professor visitante em Harvard, um ano após ter escrito o livro “Pedagogia do Oprimido”. Na verdade sobre um foco iluminista, o Paulo Freire ao voltar em anistia, conquista cargos públicos e serve aos opressores, ao Estado, e depois seria usado por governos comunistas do Brasil. Até 1979 seu livro não seria publicado no Brasil, quando Geisel fez abertura política. Já em 1986 perde sua esposa Elza, que falece, e dois anos depois casa com a pernambucana Ana Maria Araújo, a Nita, que conhecia desde a infância e era orientada no mestrado da PUC de São Paulo. Também esteve um ano em Cambridge e ainda em Genebra, Suíça, onde trabalhou como consultor educacional em Conselho Mundial de Igrejas. Ademais, trabalhou com reforma educacional em colônias portuguesas em Guiné-Bissau e Moçambique. Em 79 volta com a anistia e se filia ao partido PT, onde consegue ainda cargos como de supervisor para programa de alfabetização de adultos em 1908 a 86. Em verdade o trabalho de Paulo Freire foi mais de andragogia, não de pedagogia. Aproveita o construtivismo e algo de Piaget, John Dewey e outros, que parece emprestar ideias, mais ligadas a prática da educação e aprendizado onde o professor perde autoridade. Tal foi a consequência até dias atuais, com péssima colocação do Brasil em índices internacionais de aprendizado. Outro detalhe que transparece é a forte ideologia marxista em formação de professores em cursos de licenciatura, sendo que eu mesmo passei por essa limitação comunista em cursar Filosofia. Mesmo buscando propostas de bibliografia diversificadas, forçado se era a aproveitar os autores comunistas, entre eles Paulo Freire. Mesmo se dizendo não haver doutrinação em escolas, certamente em professores formados por cursos do país existe essa tendência. Em 89-93 Paulo Freire ainda seria nomeado secretário da Educação em São Paulo, e de todo o modo servindo mais a opressores que a oprimidos.


A figura do professor como mestre foi reduzida, e graças a “pedagogias” críticas como a de Freire, vemos professores sendo agredidos em escolas literalmente, quando outros não abandonam a carreira por problemas psicológicos devido a sala de aula construída por ideologias comunistas. Certamente ele defendia mais ideologias que a própria educação, quando disse que seria tolerante, menos com os inimigos. A educação bancária acabou sendo a doutrinadora, que pouco ou nada ensinou. O fato de um educando criar a própria educação, quando adulto até pode ser aceitável. Mas para uma criança é um absurdo. Como lembra Giulliano: “Quem lê Paulo Freire rapidamente chega a uma conclusão: sob o ponto de vista literário, o patrono da educação brasileira é medíocre; sua escrita não tem originalidade; a forma é descuidada; o vocabulário é reduzido e, não raro, incorreto ou inadequado. Se o revolucionário quer fazer revolução, calce as botas de campanha e arme-se até os dentes, se esse é o objetivo, ou, se preferir a via institucional, limpe a garganta, agarre-se ao megafone, suba no palanque ou produza seus panfletos. Se o professor quer ensinar, pegue seu material didático e vá ministrar os conteúdos que domina. Mas não venha o pedagogo plantar revolução nas mentes infantis e juvenis. Isso pode ser objeto de lauréis distribuídos em quitandas acadêmicas ou nos mais altos níveis do mundo intelectual, pode granjear elevadíssimo reconhecimento entre camaradas, mas não é um bom serviço prestado às sucessivas gerações sobre as quais se exerce sua influência. A ideia da pedagogia fazendo revolução e da revolução fazendo pedagogia foi amplamente transformada em experiência histórica. A ela foram submetidos centenas de milhões de jovens, em sucessivas gerações, na Ásia, no Leste Europeu e na África, durante boa parte do século passado. O produto foi, sempre, um enorme sacrifício da liberdade, da criatividade, da espiritualidade. Sacrifício, por vezes, cruento, daquilo que há de mais humano no ser humano, portanto”1. A intenção de Paulo Freire era mais a revolução do que a educação. Nenhum dos dois fins foi conquistado. O materialismo sempre fica aquém das conquistas do espírito humano e sua potencialidade, e a educação exige revelar potenciais e feita por mestres, sendo os pais os primeiros, e os professores os seguintes, e sendo inóquo o poder de educandos nessa fase inicial. Paulo Freire por fim faleceu de ataque cardíaco, em 2 e maio de 1997, às 6 horas e 53 da manhã, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, quando em uma operação de desobstrução de artérias.
1GIULLIANO, Thomas. Desconstuindo Paulo Freire. p. 170.