AUTOBIOGRAFIA FICCIONAL

Nascido em meados da década de 1950, oriundo de família numerosa e pobre, tendo a mãe doméstica e o pai como único provedor do lar, morava com seus pais e seus dez irmãos, em uma humilde casa na região suburbana de um bairro na capital mineira.

É o sexto dos irmãos, sendo três homens e duas mulheres mais velhos e, coincidentemente, três homens e duas mulheres mais novos do que ele.

Quando veio à luz, por intermédio de parteira, na própria residência, sua casa não tinha energia elétrica, água encanada, nem esgoto. As necessidades fisiológicas eram satisfeitas em fossa (privada) localizada no quintal e quando criança, não raro, atrás de alguma bananeira.

Toda noite, após o jantar, o pai, católico, reunia-os a todos para rezar o terço, a ladainha e, de quando em quando, o temido rosário (temido por ser muito extenso).

Antes mesmo de saber ler e escrever, o seu pai, como fizera com os demais irmãos mais velhos, levava-o para auxiliá-lo nos biscates de carpinteiro.

Por volta dos 10 aos 16 anos, saia às ruas com um carrinho de mão, para catar vidros – inteiros ou fragmentos, pedaços de cobre, metais, a parte metálica das lâmpadas incandescentes, pedaços de chumbo, pedaços de ferro, parafusos, porcas, enfim, tudo o que encontrava e que, à época, era possível de se vender em ferros-velhos. Também capinava lotes, vendia laranjas, Q-Suco (o refresco da época) e picolés, nos campos de várzea e nas ruas do bairro.

Criado com muito rigor e opressão, o que era comum naqueles idos, não se saia bem nos estudos porque era por demais retraído, para dizer às professoras que não havia entendido as matérias. Estas, por sua vez, não tiveram a competência necessária, para perceber isso e dedicar-lhe a atenção requerida, para que assimilasse os pretensos ensinamentos.

Nos momentos de “liberdade”, jogava futebol , andava na bicicleta imensa e velha do seu pais, brincava de bente-altas, garrafão, bolinhas de gude, finca, tico-tico fuzilado, carrinho de rolimã e patinete. Tudo isso descalço, porque os calçados e ou tênis que tinha, era para ir às aulas, ou às missas.

Aos 16 anos, foi admitido em uma instituição que iniciava menores carentes no mercado de trabalho, a extinta Guarda-Mirim, entidade ligada à polícia civil do estado de Minas Gerais. Contudo, não tinha carteira assinada e percebia meio salário mínimo mensal, sem qualquer outro benefício.

Aos 30 anos de idade, ingressou em uma faculdade tendo se formado em Administração de Empresas. Foi o primeiro de sua família, a ter um diploma universitário.

Posteriormente se ingressou em um curso de pós-graduação em Metodologia de Ensino superior e, mais adiante concluiu pós-graduação em Administração de Recursos Humanos.

Atualmente sua ocupação principal é em uma empresa de economia mista do estado, na área de informática.

Para complementar o orçamento, faz trabalhos diversos como “Marido de Aluguel”.

Nas atividades extralaborais, gosta de ler e de escrever, causos, contos, homenagens, poemas etc.

Como atividade física, é praticante de corrida de rua e de montanha, além de ciclismo de estrada e mountain-bike.

Rafael Arcângelo
Enviado por Rafael Arcângelo em 25/03/2019
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