HISTÓRIA DA FAMÍLIA SHIBUKAWA
No Japão Feudal, só a classe dominante, a dos samurais eram alfabetizados, dominando a escrita. Como excessão, os monges budistas também sabiam ler e escrever. Aliás, a escrita Kanji, baseado em ideogramas, foi trazido da China pelos monges budistas. O budismo começou na Índia e depois se propagou por toda a Ásia.
Os templos budistas no Japão, eram fundados e geridos por uma família, com o cargo de ¨Bonsan¨ (prior) sendo passado de pai para filho.
Até onde pude pesquisar, por volta da metade do século XIX, na região de Hiba-gun, no vilarejo de Ootsuki-murá, cidade de Kuchiwa-chô, província de Hiroshima-ken, a família Shibukawa era quem dirigia o Templo Sameuji, há 12 gerações.
O décimo-segundo monge-prior, não teve filho varão. Assim, o jeito foi casar a filha Fui Shibukawa com um filho de outro monge, este chamado Shinsaku Matsushima, que no sistema ¨Mukôu-youshi¨, mudou o nome para Shinsaku Shibukawa e se tornou o décimo-terceiro monge-prior do Templo Sameuji.
O casal teve o filho Sakuiti Shibukawa, que deveria se tornar então o décimo-quarto monge. Casou com Konui Yamanaka, que veio da cidade de Shiobara.
Tiveram então os filhos Yoshiharu, Toshino (falecida aos 6 anos no Japão), Nobuo, Wataru, Akiko, Kazuyoshi, Haruko.
O Japão nessa época, atravessava grave crise econômica. O governo japonês incentivava a imigração à América do Sul. O Brasil também, após a Lei Áurea da Princesa Isabel, precisava de imigrantes para substituir os escravos recém-libertos.
A propaganda enganosa no Japão dizia que a América do Sul era a terra da oportunidade, com terra boa e farta. Que em poucos anos, quem imigrasse acumularia grandes riquezas. Depois que chegaram aqui, os imigrantes japoneses viram que a realidade era bem diferente.
Como Sakuiti Shibukawa não queria se tornar monge-prior, resolveu vir para o Brasil. Chegaram em Santos-SP, no dia 22 de outubro de 1913, junto com esposa Konui, e filhos Yoshiharu e Haruko. Só dez anos depois, em 1923, vieram os filhos Wataru e Kazuyoshi.
Na época, toda familia de imigrante japonês tinha por costume deixar algum filho na terra natal, pensando que voltariam ricos. Na verdade, quase ninguém conseguiu. Era para ter ficado no Japão apenas o filho Nobuo, porém, com pena dele ficar sozinho, Sakuiti deixou também ali uma filha, Akiko.
Depois veio a segunda guerra mundial, no qual o Japão se aliou ao eixo, Itália e Alemanha. Nobuo e Akiko nunca vieram ao Brasil e nem mais se reencontraram com os pais e irmãos.
No Brasil, o casal Sakuiti e Konui Shibukawa, ainda tiveram os filhos Hirao, Keiji, Mikie e Yoshie.
Passaram por várias colonias de japoneses no interior de São Paulo, como Aliança em Lins, até se estabelecerem na cidade de Guaimbé-SP. Trabalharam como lavradores e parte da família foi para a região norte do Paraná que estava sendo desbravada.
Doravante, vou contar aqui apenas o que pude levantar até agora. Está incompleto e deverei com o tempo aprimorá-la. Sou Nelson Luiz Hota, bisneto de Fui Shibukawa, neto de Sakuiti, filho de Haruko.
Estive no Japão em 1993, onde em Hiroshima-ken, Hiba-gun, Kuchiwa-chô, Ootsuki-Murá, visitei o Templo Sameuji, que até hoje, é o Templo da família Shibukawa, onde encontrei o ¨Bonsan¨, décimo-sexto monge-prior, Taishin Kuroiwa, que é parente longe.
Yoshiharu Shibukawa, o filho mais velho de Sakuiti, casou com Kaname Hatanaka e teve os filhos Yoshio, Yoshiro, Yoshimi, Junro, Emiko, Sumiko, Rosa, Elisa e Paulo.
Nobuo Shibukawa, que ficou no Japão, viveu em Hiroshima-shi e teve os filhos Yoneto, Toshie e mais um filho cujo nome não fiquei sabendo. Soube apenas que casou no sistema ¨mukôu youshi¨ e já não usa o sobrenome Shibukawa, adotando o nome de família da esposa. Reside ao lado do templo Sameuji.
Wataru Shibukawa, faleceu solteiro em Maringá-Pr.
Akiko Shibukawa, que também ficou no Japão, casou-se e mudou para Hyogo-ken. Seu sobrenome de casada é Abe e teve quatro filhas: Yoneko, Hisae, Nobuko e Satie.
Kazuyoshi Shibukawa, foi casado duas vezes. Do primeiro casamento teve os filhos Kazuo e Kimie. Do segundo casamento, os filhos Sério, Masuji, Tadao, Minoru, Masae.
Haruko Shibukawa, casou com Sakae Hota (Hotta) e teve os filhos Yasuko, Luiz, Tsugou, Hanae, Mitue, Giro e Nelson Luiz (este que escreve).
Hirao Shibukawa, casou comTsuyako Motoike e teve os filhos Toshio, Takeo, Noboru, Tiyoko, Jerônimo, Kiyoshi, Mieko, Sumie e Sumio.
Keiji Shibukawa, faleceu com 3 anos de idade e era gêmeo.
Mikie Shibukawa, casou com Kazumi Maeda, tendo os filhos Susumu, Tsuyoshi, Tomiko, Lucia e.
Yoshie Shibukawa, a caçula casou com Shiro Shimohakoishi e teve os filhos Mamoru, Seiti e Harumi.
Até aqui, só listei a primeira e segunda geração Shibukawa no Brasil. Quando elaborar a arvore genealógica da família Shibukawa irei listar a terceira e quarta geração. Conto com a colaboração de todos.