ANDREW MURRAY
 
Que nenhum momento de minha vida seja passado fora da luz, do amor e da alegria da presença de Deus. (Andrew Murray)
 
Timeline
 
1816 - Adoniram Judson inicia viagem missionária
1819 - Channing lança o Cristianismo Unitarista
1827 - J. N. Darby funda os Irmãos de Plymouth
1828 - Andrew Murray nasce
1917 - Andrew Murray morre
1931 - C. S. Lewis chega à fé em Cristo
 
Nascimento
 
Andrew Murray nasceu em Graaff-Reinet, África do Sul, aos 9 de maio de 1828. Era o segundo, dos dezessete filhos e filhas de Andrew Murray Sênior (1794-1866), um missionário da Igreja Reformada Holandesa enviado da Escócia para a África do Sul. Sua mãe, Maria Susanna Stegmann, era descendente de huguenotes franceses e luteranos alemães, e, por herança maior, repassou aos filhos qualidades espirituais incomuns, por ser uma daquelas raras mulheres com visão celestial, mística do melhor tipo, que podia ver o céu muito longe e comungar genuinamente com o seu Deus.
 
Infância, adolescência e juventude
 
Em 1838, quando contava dez anos de idade, Andrew Murray e seu irmão mais velho John foram enviados para a Escócia, sob o desígnio de cursarem a educação inicial. Ficaram sob o treinamento do tio, o Reverendo John Murray. Na primavera de 1840, William C. Burns discursou em Aberdeen, Escócia e deixou uma impressão profunda no coração do jovem Andrew Murray. O avivalista hospedara-se na casa do seu tio e passavam longas noites compartilhando sobre a obra de Deus. Burns foi o instrumento do grande avivamento de Kilsyth em 1839. Seu coração estava constantemente partido pelos perdidos e chorava e orava horas seguidas por sua salvação. Andrew Murray ouvia admirado a pregação de Burns e naquele homem viu um modelo do que gostaria de se tornar. Andrew e John frequentaram o Marischal College e se formaram em 1844. Desse local, seguiram para a Universidade de Utrecht, na Holanda, onde estudaram teologia. No início desse treinamento teológico, André Murray experimentou uma conversão de coração. Em uma carta aos pais escreveu: "Seu filho nasceu de novo ... Eu me lancei em Cristo." A partir de então, dedicou muitas madrugadas a orar por um avivamento em seu país e a ler sobre experiências desse tipo ocorridas em outros países.
 
Os dois irmãos tornaram-se membros do Het Réveil, um movimento de avivamento religioso contrário ao racionalismo que estava em voga na Holanda naquela época. Ambos os irmãos foram ordenados pelo Comitê de Haia da Igreja Reformada Holandesa em 9 de maio de 1848 e retornaram ao Cabo.
 
Aos 21 anos (1849), Andrew Murray recebeu sua primeira nomeação como o único ministro da Soberania do Rio Orange, um território de 50.000 milhas quadradas na remota África do Sul.
 
Casamento
 
Andrew Murray casou-se com Emma Rutherford em Cape Town, África do Sul, em 2 de julho de 1856. Tiveram oito filhos,  Mary Ellen Murray, Emma Maria Murray, Isabella Murray, Frances Helen Murray, Catherine Margaret Murray e Annie Jemima Murray
 
O ministério na vida adulta
 
Seu ministério, pela influência recebida do pai, foi caracterizado por profunda e ardente espiritualidade e por ação social. Em 1877, viajou pela primeira vez aos Estados Unidos e participou de muitas conferências de santidade nos EUA e na Europa. Sua teologia era conservadora, e se opunha francamente ao liberalismo. Em seus livros, enfatizou a consagração integral e absoluta a Deus, a oração e a santidade.
 
Em 1879, uma infecção na garganta deixou-o sem voz por quase dois anos - os “anos de silêncio”. Esses anos moldaram a personalidade de Andrew Murray de tal maneira, que entregou tudo a Deus. Alcançou um lugar de profunda humildade e amor a Deus e aos outros. Encontrou-se com Otto Stockmayer para obter uma compreensão mais profunda da teologia da cura. Em 1881, foi para Bethshan, em Londres, uma casa de cura pela fé iniciada por W. E. Boardman. Completamente curado, daquele ponto em diante, soube que os dons de Deus eram para os crentes e ensinou e escreveu sobre isso.
 
Em 1882, Andrew Murray participou da Convenção de Keswick, que enfatizou os temas “Santidade” e “Vida mais profunda”. Em 1889, foi um dos fundadores da South African General Mission (SAGM), junto com Martha Osborn e Spencer Walton. Depois que Martha Osborn se casou com George Howe, em 1891, formaram a Missão Geral do Sudeste da África (SEAGM). Em 1894, Murray foi visitado por John McNeill e o Reverendo J. Gelson Gregson, o ex-capelão do Exército britânico e orador da convenção de Keswick. No mesmo ano, SAGM e SEAGM se fundiram. Eventualmente, em 1895, Andrew Murray tornou-se um palestrante de destaque. Como seu ministério espalhou-se para outros países africanos, em 1965, o nome da missão mudou para Africa Evangelical Fellowship (AEF). Em 1998, a AEF juntou-se à Serving In Mission (SIM), e, continua assim, até os dias de hoje.
 
Durante os últimos 28 anos de sua vida, Andrew Murray foi considerado o pai do Movimento Keswick da Africa do Sul. Muito dos aspectos místicos de sua obra deve-se à influência de William Law. Andrew Murray, assim como Law, Madame Guyon, Jessie Penn-Lewis e T. Austin-Sparks, experimentou Deus de forma muito profunda e se tornou um dos mais proeminentes pensadores no movimento da vida interior.
 
A obra
 
A "moldagem do eu" tornou-se o tema da vida de Andrrew Murray. Sessenta anos de ministério na Igreja Reformada Holandesa da África do Sul, mais de 200 livros, inúmeros artigos e tratados sobre espiritualidade cristã e ministério, extenso trabalho social e a fundação de instituições educacionais - todos esses foram sinais externos da graça interior que Andrew Murray experimentou continuamente lançando-se em Cristo.
 
Eis a sua oração: "Que nenhum momento de minha vida seja passado fora da luz, do amor e da alegria da presença de Deus." [...] "E nem um momento sem a entrega total de mim mesmo como um recipiente para ele se encher de seu Espírito e de seu amor."
 
Seus métodos de trabalho durante os últimos anos de sua vida são assim descritos por sua filha: “Ele se senta muito ereto em sua cadeira de estudo e dita em voz alta e clara, como se estivesse realmente se dirigindo ao público. Suas horas de trabalho são geralmente das 9 ou 10 às 11 da manhã, período durante o qual dois ou três capítulos de um livro são concluídos. Ele é muito específico com relação à pontuação e sempre diz: ‘Novo parágrafo’, apontando com o dedo longo e fino para o ponto exato no papel onde a nova linha deve começar, ‘ponto final’, ‘vírgula’, ‘dois pontos’, ‘ponto e vírgula’ [...]. Se a secretária cometesse algum erro ortográfico, faria algum comentário brincalhão como: ‘Você vai ter que voltar ao jardim de infância, sabe.’ Às 11 horas ele dizia: ‘Agora me dê dez minutos de descanso; ou não, vamos escrever algumas cartas para variar.’ Em seguida, meia dúzia de cartas seriam rapidamente ditadas, em resposta a pedidos de oração para cura, para a conversão de parentes não convertidos, para a libertação de amigos viciados em bebida, ou, talvez, cartas comerciais. Sempre ditava em tom de grande seriedade e estava especialmente ansioso para colocar uma grande quantidade em uma página. ‘Escreva mais perto, mais perto’, repetia com frequência. Quando perto do final da página em papel almaço, dizia: ‘Agora, as últimas quatro linhas para uma oração’; e então cruzava as mãos, fechava os olhos e realmente fazia a oração que encerrava a meditação escrita.”
 
A obra de Andrew Murray influenciou e influencia a Igreja no mundo inteiro por meio de escritos profundos. Uma bibliografia compilada por D. S. B. Joubert estima que Murray publicou mais de 240 livros e tratados. A referência inclui cerca de 44 livros durante sua vida; outros três foram reunidos após sua morte. As obras foram traduzidas para quinze idiomas. Incluindo todos os livros e folhetos traduzidos, mais de 240 foram publicados. Inicialmente eram ditados para sua esposa ou filha, publicados em holandês e depois traduzidos para o inglês e outras línguas.
 
Algumas obras: “The Spirit of Christ” (O Espírito de Cristo), “The holiest of all” (O mais santo de todos), “With Christ in the School of Prayer” (Com Cristo na Escola de Oração), “Abide in Christ” (Habite em Cristo), “Raising your childrenfor Christ” (Criando seus filhos para Cristo) e “Humility: the beauty of holiness” (Humildade: a beleza da santidade), os quais são considerados clássicos da literatura cristã. Entre tantos que foram amparados por Andrew Murray, pode-se mencionar Watchman Nee, cujas obras “The Spiritual Man” (O homem espiritual) e “The latent power of the soul” (O poder latente da alma) trazem marcas do pensamento de Andrew Murray. Por outro lado, a obra de Andrew Murray foi tão influenciada pelo avivamento de Johann Christoph Blumhardt Möttlingen, que o autor incluiu uma parte da biografia de Friedrich Zündel no final de “With Christ in the school of prayer” (Com Cristo na Escola de Oração).
 
A morte
 
Andrew Murray morreu em Wellington, África do Sul, 18 de janeiro de 1917, quatro meses antes de seu 89º aniversário.
 
O legado
 
Desde 1970, os cursos oferecidos pela Escola Bíblica Andrew Murray alcançaram um equilíbrio entre teoria e prática, aprendizado e crescimento espiritual. Embora haja uma dedicação absoluta aos padrões acadêmicos e à solidez da doutrina, bem como o reconhecimento dos mais recentes desenvolvimentos teológicos, o curso é voltado para o ministério e instrui o aluno na exegese da Escritura, pregação, evangelismo e trabalho pastoral, entre outras coisas.
 
A Escola Bíblica Andrew Murray é administrada pelo Seminário Teológico Reformado Cristão em East Rand, uma instituição que oferece cursos teológicos interdenominacionais cobrindo um amplo espectro. Oferece cursos de graduação e diploma apresentados na forma de guias de estudo compilados por professores credenciados e nomeados pela universidade. O aluno tem que trabalhar esses guias de estudo por conta própria. Os cursos da Escola Bíblica Andrew Murray são academicamente de alto padrão.
 
O Seminário tem uma base reformada de fé com ênfase na evangelização mundial. Crescimento espiritual, cristianismo prático, missão e evangelismo são todos aspectos importantes refletidos nos cursos. O Seminário também atende alunos africanos.
 
Referências
 
ANDREW MURRAY (1828-1917): holiness & spirituality writer. Disponível em: https://www.path2prayer.com/holiness-and-spirituality-writers/andrew-murray-holiness--spirituality-writer. Acesso em: 6 dez. 2020.
 
ANDREW MURRAY (pastor). Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Andrew_Murray_(pastor). Acesso em: 6 dez. 2020.
 
ANDREW MURRAY Bible School. Disponível em: http://www.cmn.co.za/html/school.htm. Acesso em: 6 dez. 2020.
 
ANDREW MURRAY: Leading student in Christ's school of prayer. Disponível em: https://www.christianitytoday.com/history/people/innertravelers/andrew-murray.html. Acesso em: 6 dez. 2020.
 
MURRAY, Andrew. Humildade: a beleza da Santidade. Tradução: Alessandra Schmitt Mendes. Digitalizado por Luis Carlos. Lançamento: Semeadores da Palavra, 2001, p. 7-8. (Série Riquezas de Cristo). Original: MURRAY, Andrew. Humility: the beauty of holiness. EUA: Christian Literature Crusade, 1994. Disponível em: https://ibpan.com.br/images/stories/Downloads/e-books/Humildade%20-%20A%20Beleza%20da%20Santidade.pdf. Acesso em: 6 dez. 2020.
Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz
Enviado por Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz em 06/12/2020
Reeditado em 13/01/2021
Código do texto: T7129316
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