MICHAEL CRICHTON
Best seller e blockbuster


   Michael Crichton foi o primeiro, e até agora único, autor a ser primeiro lugar na lista de best sellers, a maior bilheteria de cinema e a série de TV mais assistida em um mesmo ano. Autor de “Jurassic Park”, blockbuster no cinema e campeão de vendas em livro, Crichton foi também criador da série ER (Plantão Médico), um dos maiores sucessos da TV em todos os tempos. Médico que mergulhou na literatura e no cinema, a ponto de dirigir alguns filmes, sempre teve a ficção científica como ponto alto.
   No cinema, ironicamente, o melhor filme dirigido por Michael Crichton não é baseado em um de seus romances, e sim na obra “Coma”, de Robin Cook. Outro de seus filmes, o irregular “Westworld: onde ninguém tem alma” (1973), deu origem a uma série de sucesso a partir de 2016. E nada diminui o fato de que alguns de seus livros viraram sucessos ou filmes cult, que marcaram época. É o caso de “Enigma de Andrômeda”, “O Homem Terminal”, “Congo”, “Esfera”, “Linha do Tempo” e, especialmente, “Jurassic Park” e sua sequência “O mundo perdido”. 
   Nascido em 23 de outubro de 1942, Crichton era filho de um jornalista que sempre o incentivou a escrever. Foi um jovem muito alto e sempre solitário. Ele entrou para Harvard para cursar Inglês, mas ficou decepcionado com a maneira como literatura era ensinada. Abandonou a faculdade, passou um ano na Europa e, quando retornou a Harvard, foi para cursar Medicina. Gradou-se, após altos e baixos, em 1969 – mas, paralelamente, escrevia romances sob pseudônimo – como “Um caso de necessidade” (1968), premiado em um concurso, com o nome Jeffrey Hudson.
   No ano seguinte, lança “O Enigma de Andrômeda”, em que a população de uma cidadezinha no Novo México é quase toda exterminada por um vírus alienígena, após a queda de um satélite. Com o tema médico novamente como pano de fundo, publica “O homem terminal” em 1972 – no qual Harry Benson se submete a um experimento com implantes eletrônicos no cérebro, com resultados imprevisíveis. O sucesso permitiu que o escritor workaholic se dedicasse exclusivamente à literatura. 
   Na ficção científica, escreveu sobre viagens no tempo, contato alienígena, androides e, é claro, sobre a possibilidade de se recriar os dinossauros através da genética e mais, ainda criar um parque temático. Com uma premissa muito inventiva, “Jurassic Park” caiu nas mãos do mago das bilheterias Steven Spielberg, que também usou a experiência de Crichton como um dos roteiristas. O filme, de 1993, teve duas sequências de grande sucesso e outras adaptações com o nome “Jurassic World”, a partir de 2015.
   A relação intensa com o audiovisual ajudou a popularizar a literatura de Crichton, que vendeu mais de 200 milhões de livros em todo o mundo. O escritor, que dirigiu seu primeiro filme, para a TV, em 1972, acertou em cheio como criador, produtor e roteirista na série ER, que acompanha a vida de médicos e enfermeiras do Chicago's County General Hospital. Foram 15 temporadas, a partir de 1994. 
   Crichton morreu em 4 de novembro de 2008, vítima de um câncer linfático.

(Parte da coletânea ESCRITORES DE SCI-FI, FANTASIA E AFINS, de William Mendonça. Direitos reservados.)