Procura obstinada

Cumprimento-te com acenos discretos e velados, não o escolhi, fui escolhida, e as coisas precisam ser ditas e redita a esse fim, não o encontrei em meu presente, mas, o procuro não apenas na urgência necessária a minha busca, mas decoro o sangramento permanente e inexorável. Aliei-me ao meu mundo, no compasso nivelo-me, e no espaço leio todos os signos tão tangíveis e dizíveis que ao longe enxergo a necessidade do prumo, na ânsia borbulham os pensamentos em novas conotações. São as pseudo-verdades que libertam meu intimo prazerosamente, à distancia percebo os erros trilhados em vielas sombrias e nesse momento toco em minha solidão solidificada, observo as ações e sentimentos noturnos e a luz que clarifica meus ideais ainda é muito fraca e soa só ½ das batidas ecoantes.

Velejo nos saberes e raramente entendo-os, surgem mapas indecifráveis comungo o despreparo e ardem em chamas flamejantes meus anseios e quimeras. Ao tempo desperto, nasce nos pormenores o alvorecer e entre o sereno alimento o conhecimento nos raios do sol e bebo nos rios o liquido sagrado da vida, e, gota a gota a correnteza se encarrega da excêntrica vaidade. Pacientemente a atração pelos mistérios encobre meus sentidos com nuvens espessas e as brumas levam-me a beira do precipício, sinto o despreparo e recuo.

Desço no horizonte escaldante as escadas escorregadias e as suas dependências frias congelam-me a curiosidade, aguço as ferramentas nas mãos e esboço a vitória do poder aprender no acaso das leituras efêmeras e sua praticidade apresentado verticalmente, ledo engano ao olhar do principiante. A palavra nas escritas não é fácil, nos labirintos sinuosos os encontros aliviam a iniciação para alguns aspectos, em nenhum momento a sombra que se forma é tolerante e passiva, a consciência deforma e recria as falhas, incertezas e submissões, retalhando a procura no santuário do corpo. O Ser iniciou a decodificar as mensagens, intuitivamente absorvem-se as energias cósmicas circundantes na atmosfera fluindo ao encontro do inusitado, das descobertas, os véus da ignorância caem um a um convidando ao recolhimento do entendimento humano.

Recolho a busca, infinita procura e em silencio, a cada fase lunar espelho-me nas circunstâncias observadas, derrama-se o sêmen sobre a leitura do pensamento iluminando os estados da consciência aos expoentes simbólicos, os traçados da vestimenta em múltiplas combinações fortalece os olhos vendados que semi-abertos rompe os elos cheios de arrependimentos, e em êxtase ajoelha-se a tudo quanto existe.

Morgana Rosa
Enviado por Morgana Rosa em 10/09/2008
Reeditado em 10/09/2008
Código do texto: T1171167
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