Pastoral Carcerária - VI

Ourinhos, 04 de setembro de 2004.

Caríssimos irmãos em Jesus

Há exatamente cinco meses não vos escrevo e penso que já não acreditáveis que eu pudesse voltar a fazê-lo. A verdade é que não vos esqueci e lembrei-me de falar em vós e em vossa causa a Deus em minhas orações particulares e nas orações da comunidade, nas missas a cargo da Pastoral Carcerária. Falo em vós também aos alunos, aos amigos e interessados em saber do nosso trabalho.

Escrevo e sei que não levarei esta carta antes da visita do domingo de 12 de setembro. Será o tempo de digitar, multiplicar este texto e de me resguardar após uma pequena cirurgia.

Atribuí vós a minha ausência e a falta de cartas às minhas outras ocupações, causas e motivos como os concernentes à família, viagens, estudos, trabalho, doenças, luto e outros que a vida nos apresenta.

Tenho o propósito de vos escrever, no mínimo, dez cartas e, sempre que me atraso com relação a esse objetivo ou me distancio dele, preocupo-me. Passaram-se tantas datas importantes _ a Páscoa do Senhor, Dia do Trabalho, Dia das Mães, Ascensão do Senhor, Pentecostes, Corpus Christi, Dia dos Pais, Assunção de Nossa Senhora aos céus _ e se eu pudesse vos ter falado, tê-lo-ia feito tendo em mente esses temas. Rogo a Deus que sempre cubra as lacunas dos meus limites e que outros cristãos vos visitem em nome do Senhor e vos falem em Seu nome.

Da folhinha do Coração de Jesus transcrevo para vós o que está no verso do dia de hoje, sábado, 04.09.04, para o dia de amanhã:

Vigésimo terceiro domingo comum (Lc 14, 25-33)

“A exigência de renúncia presente no Evangelho de hoje não é dirigida apenas aos membros do clero, a religiosos e religiosas, mas é para todos os cristãos. E embora existam vários níveis de renúncia, todos somos chamados a deixar de lado tudo aquilo que não está de acordo com o projeto proposto por Jesus: nossos projetos pessoais, nossas idéias preconceituosas e tudo aquilo que impede o Reino de Deus de se realizar já, agora, na vida da comunidade. Tal renúncia, porém, tem que ser fecunda, de modo a criar em nós e na comunidade espaço propício para a concretização do projeto de Deus. Façamos um exame de consciência e nos perguntemos sobre nossos apegos e sobre tudo o que impede a ação de Deus em nossa vida.” Frei Sandro Roberto da Costa, OFM, Petrópolis, RJ.

Do verso da folhinha do dia 05. 09.04, transcrevo para vós o seguinte:

“Manter a paz interior num mundo agitado e violento é um desafio e uma arte. Você pode aprender a não se perturbar a todo instante: para isto é necessário ficar atento às suas emoções e sentimentos: raiva, mágoa, rejeição, inveja. Tudo isso nos faz sofrer. Depois de identificar suas emoções é só seguir o caminho da harmonização. Para identificar os seus sentimentos é preciso que se aquiete. Aí você pode compreender por que é necessário tomar a decisão adequada no momento de resolver a questão e depois ficar vigilante para que o mal-estar não retorne. Assim, você será mais confiante e poderá atingir a Paz Interior. Paz no seu coração!” Gislaine Maria D’Assunção, Instituto Renascer da Consciência, Belo Horizonte/ MG.

Lembrai o que já vos disse: não há revelação maior do que a contida no Livro Sagrado. Quando vos faltam pregadores da Palavra de Deus, lede vós mesmos a Bíblia. Lede uns para os outros. Sede vós também anunciadores da Palavra. Falai sobre a Paz de Deus, levai vós também a esperança. Olhai à vossa volta: outros existem que estão mais precisados do que vós. Fortalecei-vos em Deus e sede vós o consolo deles. Socorrei-os em suas aflições, em seus desesperos também.

Deixai por algum tempo as vossas preocupações para pensar no outro. Quando voltardes ao que vos aflige, vereis, muitas vezes, que já encontrastes o vosso consolo e a vossa dor estará menor.

Fazei o bem ao próximo como Jesus Cristo nos pediu e vereis que Ele estará convosco vos fortalecendo. Esforçai-vos para ver o próprio Jesus no próximo; tratai o outro como se fosse Jesus que estivesse convosco. Isto também não é fácil para nós que estamos em liberdade, mas é o que Cristo nos pediu, e esse é o Caminho da Felicidade para todos. É fazendo o bem que teremos a paz em nossos corações. Por hoje é isto o que tinha para vos falar. Rezai para que a Pastoral Carcerária encontre mais apoio e adeptos em nossa comunidade. Rezai pela nossa perseverança. Pedi que outros ‘seus’ Gilbertos sejam por Deus encaminhados a vós e a esta Pastoral. Ficai na paz de Jesus.

Da vossa irmã em Cristo, Neusa

Neusa Storti Guerra Jacintho
Enviado por Neusa Storti Guerra Jacintho em 08/10/2008
Reeditado em 29/11/2009
Código do texto: T1217429
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