Carta ao Desconhecido

Querido Charles,

É desta dimensão que tento chegar a ti. É desta dimensão que tento livrar-me, através de palavras cada vez mais aprisionadas. Sinto que estou no limiar da loucura, desta vez não são só os sonhos que me esmagam, são paranóias e manias incontroláveis.

Seria inútil pedir-te conselhos, és criação da minha mente tresloucada, de maneira que limitar-me-ei a despejar um saquinho cheio de pó acumulado. Sou alérgica a pó mal limpo e a minha mente está cheia dele. Esta não sabe mais como lidar com sentimentos conhecidos e desconhecidos, não sabe mais o que é verdadeiro e o que é criação, e mantém-se na ignorância quanto ás pessoas.

Nunca tive ilusões quanto á dificuldade do crescimento e auto conhecimento, talvez a única ilusão que nunca tive, mas a verdade é que não me conheço mais. Até sei o que quero e talvez até saiba uma ínfima parte de mim, mas flagela-me não conhecer tudo o resto. Experimento ocasionalmente aquela sensação extra-terra, extra-mundo e não quero, devanear nunca, para mim, foi fugir.

Sinceramente nem sei que mais escrever, e nem sei mais o que escrevo, tudo o que digo é-me desordenado e escorregadio.

sophie

SophieVonTeschen
Enviado por SophieVonTeschen em 12/10/2008
Código do texto: T1224829