A quem interessar possa

Lendas antigas narram tempos sombrios, luas que iluminam, mas não a alma que dói. Não há entendimento entre a carne e o espírito. Não há lendas que morrem. Existem sim, ciclos que movem a alma que se esvai. Encontro, hoje, pelos caminhos, as sombras de outrora. Nada mudou, nada muda. Transmutam-se. Outros nomes, outras expressões. Outros tempos. A lua? A lua continua lá, solta, absoluta, totalmente presa ao seus destino: só brilha se o sol assim o quer. A mediocridade humana, cada vez mais humana.

Perdi minha alma gêmea numa dessas noites. Fico me perguntando por que até agora não chorei. Talvez com ela fosse minha última lágrima. Falta-me um lado do cérebro. A das emoções. Tenho receio de secar antes do inverno chegar. Já sinto frio com o suor a escorrer.

Que permaneçam as lendas, as noites, as luas e os dias, tudo é eterno mesmo.

Estou com saudade de mim.

Sarah Embaixadora Nena Sarti
Enviado por Sarah Embaixadora Nena Sarti em 26/01/2009
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