Minha adorável "L" Adeus !

Minha adorável “L”

Nem ao menos podes imaginar a tristeza que estou sentindo, desde o dia em que viestes me comunicar que, em breve estarias de partida. Tua voz, quase embargada, ao comunicar-me tua saída de cena, fez com que sentisse uma pedra cair sob meus ombros, desde então, há momentos que minha alma é invadida por um sentimento de perda. Dá uma vontade de chorar...

Mas, não posso chorar, por que aí esse peso irá cada vez mais aumentar, a tristeza acabará me envolvendo de tal maneira – que, será difícil de me libertar. Outra razão que me apóio para não chorar por tua partida, se deve ao fato de que sou muito apegado aquele velho ditado “homem não chora!”; se chorar isso será o cúmulo dos cúmulos para mim. Daí que irão pensar de mim, aqueles que me conhecem, que sabem que não sou um homem que não se pode amolecer o coração?- Talvez, seja melhor nem procurar uma resposta para a pergunta que acabo de formular.

Sabe, doce “L” não consigo me conformar com essa sua decisão de ir embora desta cidade, abandonando os amigos, estudos, e tanto mais...

O que mais me deixa magoado é o fato de não ter tido a honra de poder convidá-la para sair – quem sabe um convite para uma seção da matinê, ou, mesmo comer uma bomba de sorvete, no Mercado Público...

Não era só isso que tinha planejado. Tem mais: estava querendo conquistá-la, aí quem sabe não poderíamos dar início a um relacionamento. Essa conquista, seria do “jeitinho Brasileiro”, assim bem na manha, de fininho ia, entrar em seu coração, para que dele nunca mais pudesse sair.

Neste exato momento, em que escrevo estas modestas linhas, meu castelo de sonhos acaba por se desmanchar, assim como aqueles outros, que se constrói a beira mar, e de repente, uma onda vem e os põe abaixo.

Amorosa “L”, mesmo que em nada vá fazê-la mudar de idéia, pois, a decisão é tomada, estou ciente de que és uma jovem determinada, que a palavra é uma só, não poderia me omitir, deixar que te fosses, sem ao menos tomar conhecimento das minhas colocações, estas, que num primeiro momento possam deixá-la aturdida, sem ao menos que consigas compreender. Esta notícia te vem de supetão.

Destarte, se fazia imperioso, revelar-te este segredo, para que pudesse estar em paz com minha consciência. Mas não só. Para que quando fosse o momento de deixares tudo para trás, os bons momentos ; e, toda essa gama de acontecimentos os quais, não deixam de ser páginas da tua história, da minha –, de tanta gente mais, senti que deveria revelar-te tudo, para que quando fosses, pudesses levar contigo esse segredo, não do tamanho do mundo; e, sim do tamanho dos nossos corações

Doce “L”, enquanto estou a escrever, sem querer, passa em minha mente um filme. Filme este em que há uma cena, de toda a mais significativa, foi justamente no dia em que a conheci. Naquela manhã, embarcastes no lotação, tão quieta, com uns fones nos ouvidos. Sei que às composições que ouvias, também podia escutá-las, uma vez que o som era o máximo.

Recordo ainda, que sentastes lá no fundo, num banco, ali, permanecendo quieta, dando a impressão de que parecia um pássaro longe do seu ninho.

Quando te lancei um olhar, desde logo, percebi quão graciosa eras. Essa graça ilustrada no teu rostinho de menina-moça, em cada gesto teu.

Enfim, com o tempo pude conhecê-la melhor, e graças à convivência quotidiana, pude constatar, felizmente que, era uma excelente pessoa, à qual merecia todo meu carinho, atenção e confiança.

“L” jovem graciosa, não sei por obra do destino ou, mesmo se por um milagre, não sei atribuível a qual Santo, entrastes em minha vida – seja lá como for; o que importa é que tudo mudou a partir daquele dia em que te conheci. Daí o porquê desde então, passei a ver tudo com um pouco mais de alegria; com mais cor; tipo o que antes parecia imotivado para mim, agora possuía uma razão de ser.

Graciosa “L” a única explicação para essa mudança tão radical, no meu quotidiano, posso dizer que és a responsável, por isso, “L” meu bem querer quero expressar toda à gratidão deste meu humilde coração.

Porém, tudo o que até aqui foi dito, não foi em vão.

Se tua ausência me proporcionará o dissabor da saudade e da solidão, existirá um alento nisto tudo: Com esta carta que guardarás para sempre no âmago de tua memória, na essência de tua alma, terás para além da eternidade, da distância a nos separar; um pedaço do meu coração, juntamente com a semente de um sentimento de amor que, por uma destas fatalidades que nada mais são que, uma peça a qual o destino pôde nos pregar, essa pequenina sementinha do mais puro amor, que não teve oportunidade de germinar.

Adeus “L” minha adora “

Adeus “L” meu bem querer!

Adeus!

Sentirei muito a tua falta. Restará apenas esse teu sorriso de menina, como uma doce lembrança, a qual nunca deixará morrer dentro deste peito, essa melancólica sensação de vazio em minha vida.

Restará um sentimento duma saudade sem fim!

Porto Alegre, outono de 2009

Carlos Boscacci
Enviado por Carlos Boscacci em 10/05/2009
Código do texto: T1586591
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