Comadre...

Penso que não importa em que país,

continente, estado, cidade onde estejamos,

nosso clima é sempre variável com constantes alterações...

Hoje o calor desse sol escaldante não me aquece... se aquece, não clareia...

Minha luz, que é de lamparina ou candeia,

não alumia quase nada... bruxuleia...

Eu conheço o cansaço e o abomino.

É um descompasso da vontade com a força.

Um chama e o outro não responde...

Sei que a coragem não morre

mas tem hora que tá dormindo...

Um é chama e o outro se esconde...

Cadê eu cadê tú?

Tou com saudades. Sinto-me só...

Mortal em terra de mortos-vivos, cansativos.

Quero chorar mas não consigo...

No canto, nem canto nem assobio...

Porque é o que faço mentalmente,

Quase ininterruptamente:

Cantar...

Resmungar cantiga...

Pra mim, pra vida...

Seja ela fértil, desmilinguida...

Canto de vício de sapequice...

Canto como se cantando risse...

E sempre dou meu canto ao vento ...

Ao céu... Pras nuvens... Pra esse calor.

Mas canto como qualquer cantador...

Canto de tristeza ou de louvor, mas

canto e, em rima como poeta ou compositor...

Mas meu canto hoje é diante desse computador.

Cabeça doendo, as veias cheias desse veneno:

Pra virose, enxaqueca, hipertensão... glicose... calmante...

É muita muleta tem hora que não tenho nem sovacos pra enfiar...

Ainda bem que tenho vc pra desabafar.... e, se tenho vou usar!!!

Guenta latorraca!!!!

Mas vai passar, tá?

Prometo...

Xêro pra tú

Marilu Santana
Enviado por Marilu Santana em 11/05/2005
Código do texto: T16406