Confissões de uma poeta
São tantas falas...tantas versos e tantas palavras...
Onde encontro tanta inspiração...para escrever tanto... e tão continuamente?
Quantas não foram as vezes que precisei me levantar no meio da noite...
Para atender a veia pulsante...que quando quer escorrer em versos me desperta ansiosa...
Quantas vezes ela fala o que eu nem tenho em mente...essa teimosa
Ela me dirige e me guia...não ouso desobedecer...se me leva...eu sigo...
Eu me sinto reclusa nos meus sentimentos...no meu próprio mundo...de onde sou refém...
Mas não sou uma prisioneira...nem infeliz...sou sim diferente...pois vivo num mundo à parte...
Sou livre...enquanto escrevo sou alma e coração...não tenho corpo...não tenho sexo...
Sou sentimento...sou emoção...sou integrante de um todo no universo...
Sou uma partícula do divino...sou um pouco do impuro...sou o lúdico...
Vivo de plantar e colher sonhos...não sou razão...nem quero ser...
Danem-se as convenções do mundo...elas não respeitam minhas dores...
Elas não entendem os meus silêncios...a minha necessidade de amar...
De viver urgentemente como se a vida fosse me fugir no próximo minuto...
Danem-se a leis...as regras...elas não margeiam minhas emoções...
Não me botam cabresto...nem trava na língua...sou o que sou...e o que gosto de ser...
Tenho a alma inquieta...o espírito desassossegado...e por isso escrevo...escrevo...sem parar...
É como uma compulsão...pobre poeta...preciso parir minhas dores em versos...e prosas
Para mitigar meu sofrimento...minha carência...preciso rasgar a verve...para me sentir viva...
E a maior ansiedade de um poeta...é saber que por mais que viva...
Sua obra sempre será incompleta...é impossível traduzir em palavras
Toda sua inquietude...todas as suas emoções e sensações...
Fica sempre um vazio...algo por escrever...