O DIA DEDICADO À MORTE E AO MORTO

Bom dia meu amigo!

Você há de perguntar por que escrevo tantas cartas? Foi essa indagação que fiz-me hoje. Então lembrei que estou falando de sentimentos num canto qualquer, pode ser a casa, uma sala de trabalho, não importa. É sempre um canto. Nessas horas não dá para dissertar sobre "o assunto" mas, sobre sentimentos, dores, momentos perdidos que te deixam órfão da sua própria vida.

Uma manhã parada e, todas as pessoas desse lugar vão passando cabisbaixas e fechadas para tudo a volta; são muitos burburinhos desencontrados voltados para um único assunto: "a morte". Ela que vem, segundo nós, em hora imprória e não avisou; ela que é cruel e tira tudo de todos. Enfim, vem o universo e reorganiza tudo para que possamos continuar a pisar em seu tapete vermelho e pomposo e, nós do alto da nossa mesquinhez pisamos em suas dádivas como se fosse um lixo atrapalhando o caminho.

Essa conversa é para falar de um dia triste cheio de contradições e solidão, vindo a falecer o pai de uma colega de trabalho. O último adeus do moribundo que já não mais encontra-se no plano material. Tudo é tão previsível! São as palavras não ditas e as mal ditas povoando o pensamento dos sofredores, fazendo arder a lágrima grossa, expondo os arrependimentos e os desentendimentos da vida.

Nesse dia dedicado à morte e ao morto, o cheiro do ar fica diferente; a luminosidade irradiada pelo sol vem carregada de mistério; a energia fica órfão dos bons cheiros.

Bem meu amigo(a), eu nem conheci o morto mas de alguma maneira acabeego.globo.com/Gente/Noticias/0,,MUL1606637-9798,00-LUCIA+VERISSIMO+DISTRIBUI+SELINHOS+APOS+ESTREIA+Di envolvida pelos seus amigos, pela sua história de bom amigo querido por todos que o conheciam.

Então, não tem como não escrever uma carta a um amigo(a) relatando esse momento.

Um grande abraço e até outro dia qualquer em de qualquer canto.