O MISTÉRIO DE MONTE MOR...1ª PARTE

Ali a noite escondia, atrás do véu enobrecido, o coração de Maria. Fiquei de longe a fitar, a relva a me acobertar. Apenas pra ver Maria. E a distância já dizia, denunciando o desejo, que a minha busca ao prazer, queria o corpo de Maria. Mor então se aproximou; cavalo negro, capa de breu. Lascivo grito lançou. Maldito é o ser que lhe proveu. Senti agudo mal estar, e senti também por Maria. Que naquela noite fria foi a fera agasalhar. Ao longe chorar chorei. Foi meu pranto a suplicar, e as lágrimas que derramei. Só Maria no meu olhar. No ímpeto de um coração, coragem me enfeitiçou. Levantei da relva, e então, meu grito a Mor chamou. Não tinha cavalo ou espada, não tinha nem mesmo nobreza. Cansaço da vida e jornada, sob o julgo da realeza. Fui ao encontro da fera. Fui lutar por Maria. Nova vida, nova era e nem a morte me queria. Mor se prostrou à frente e com um sorriso latente aquela espada empunhou. Mor me desencantou. Cravou a lâmina ao chão, Maria me olhou então, e naquele terreno de lágrimas, perdi o tempo a vislumbrar. Voltei a mim, olhei Maria e fui a Mor enfrentar. Duelo do meu flagelo, e causticante e infernal. Caí em prantos por Maria, e como a perder a magia. Só a lágrima me restou. Guerreiro que pelo amor, o solo sagrado beijou.

Continua...

O Guardião
Enviado por O Guardião em 14/09/2006
Reeditado em 10/07/2007
Código do texto: T240113