A um amigo

Amigo. Permita-me comentar tal texto tão oportuno e brilhante. Iluminador. Percebo nas entrelinhas as mensagens de grandes filósofos, sábios que por aqui passaram. Mensagens que tentam abrir-nos os olhos da alma contra o engano automático que assola nosso mundo (globanalizado): o egoísmo. Os egotistas que pensam viver como príncipes num mundo tão-somente seus (onde é nosso) de descartáveis e complexas glórias (dinheiro, beleza física, títulos sociais, fama). São pessoas idiotizadas travestidas muitas vezes de críticos amargosos, de intelectuais sabe-tudo que maldizem o próximo por acharem feio o que não é espelho. Egotistas que julgam o semelhante sem zelo. Egotistas que travam os sonhos de nossas crianças com pesadelos frustrados pela pérfida realidade deles: mesquinha e dividida. - De não impressionar o ateísmo de muitos -... A realidade a ser, na verdade, divinamente imutável em todo o cosmo: pois somos reis e mendigos de nosso próprio castelo (existência). Somos pequenos e grandes senhores de nós mesmos (destino). Somos habitantes de um mesmo reino (planeta). Temos o mesmo fim (a morte). Temos a mesma necessidade (a vida). A vida que pode parecer ingênua como uma criança e maliciosa como um adulto; ou paciente como um ancião e frenética como um adolescente. Vida, ficando você triste ou feliz, mas vida que existe numa mesma realidade de pequeno e grande príncipes que somos, que estamos. Vida: passageira realidade indivisível que a todos pertence. Portanto, amigo, não há, confirmando com sua bondade, razão para sermos egoístas para com nossos irmãos se somos todos iguais, braços dados ou não.