EXCELENTÍSSIMO SR. PREFEITO MAGEENSE NESTOR VIDAL:

Às vezes, envolvido em tarefas intrincadas na tal arrumação da casa, um prefeito não consegue ver problemas de soluções simples, mas de grande efeito, em derredor da casa. Na varanda; no jardim; no quintal. Tenha-se como exemplo em Magé, o problema de transporte coletivo. É simples. A solução consiste apenas na obrigação de fazer. Obrigar a empresa a cumprir seus horários, ter os ônibus em bom estado de conservação, disponibilizar a frota inteira e veicular mais os ônibus grandes do que os pequenos.Também é possível fiscalizar para que motoristas e cobradores tratem bem, como seres humanos e passageiros, os idosos; as crianças; os portadores de necessidades especiais. Se o povo mageense parasse de sofrer tanto com o problema de condução, isto já seria um grande passo na intenção de um prefeito desta cidade, de continuar no cargo.

Outro problema de fácil solução no quintal da municipalidade é o das calçadas ocupadas por cadeiras de bares e boêmios que constrangem os que passam a dar volta pela estrada. Os transeuntes que insistem no direito de ir e vir são intimidados com expressões e palavras ameaçadoras dos donos desses bares e seus consumidores em farra constante, mas de forma bem mais exagerada nos fins de semana. Além dos bares, somos constrangidos por serralherias, lojas diversas e outros estabelecimentos que não respeitam os passantes.

Os moradores das ruas em estados precários nos bairros mais distantes e tradicionalmente abandonados como Santa Dalila, Parque das Flores, Ypiranga, Saco entre outros, não suportam mais a ilusão das máquinas que as alargam, fazem barulho dias e dias, e depois, nada. Nenhuma capinha de asfalto ou qualquer outra providência que tire aquelas comunidades da lama e da poeira, conforme o clima. Se não é para fazer pelo menos um capeamento nessas ruas, é melhor que elas continuem cheias de buracos. Assim, pelo menos mantêm o chão de terra batida e os carros passam mais lentamente, levantando menos poeira.

Ainda no quintal, na varanda ou no jardim da cidade, temos as cachoeiras de Cachoeirinha, Rio do Ouro, Santo Aleixo e outras sendo cada vez mais devastadas. Tornando-se valas de esgoto. Elas eram lindas e límpidas. Atraíam turistas. Agora são pontos de bagunça.

Há muitas outras coisas, senhor prefeito. Coisas simples de resolver. Falta de respeito à lei de impacto ambiental. Atendimento precário e desumano em hospitais e postos de saúde. Pecados de postura e mentalidade na educação, que é secularmente usada como curral eleitoral. Inchaço da folha municipal de pagamento que aponta muita, mas muita gente mesmo, pendurada, não por necessidade ou vaga, mas por compromissos de campanha. Uma coisa que gera miséria. Muitas outras consequências, mas especialmente miséria.

Por fim, o IPTU, prefeito. Precisamos de um prefeito - de peito - que reveja o absurdo do valor do IPTU em Magé! São valores que empobrecem mais ainda o povo, e geram sonegações. Muitas sonegações! Este problema resolvido (facinho, facinho), também causaria muito alento na população.

Viu, senhor prefeito? Viu quantas medidas fáceis, baratas e rápidas podem ser tomadas e deixar o povo bem mais feliz, no seu pouco tempo de mandato? Só será meio difícil o senhor enfrentar a má vontade corrente no seu partido; a sede de poder e dinheiro; as cobranças excessivas de quem não quer vê-lo cuidar das coisas simples e baratas, que dão pouca margem a superfaturamentos. Não exigem muitas notas. Não enriquecem ou deixam bem mais ricos do dia para a noite os que estão no comando.

Sinceramente, senhor prefeito. Aos meus olhos já se afigura a imagem de um prefeito bem intencionado, inteligente, com desejo de trabalhar de verdade, mas acuado por assessorias. Por caciques de partido. Por empresários que, de uma forma ou outra compraram privilégios no poder, durante a campanha. Tudo, eu sei, que fugiu ao seu controle, mas agora precisa ser vencido.

Seja de fato o chefe máximo dessa casa! Não só da casa, mas também da varanda, o jardim, o quintal! Os cômodos, por si só estarão sempre sendo arrumados e isso não pode continuar servindo como explicação tangente para o não progresso. A continuação do abandono.

Respeitosamente,

um eleitor começando a se frustrar.

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 10/10/2011
Reeditado em 10/10/2011
Código do texto: T3268917
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