“E de repente o alvorecer do anuncio palavra final...”



Aqueles momentos vividos na sombra do tempo, surgiram das gavetas do meu coração para abraçar a dor vivida em tantos anos.
Pensávamos que a eternidade seria possível em nosso Éden, à imortalidade de um sonho realizado pela união de nossas promessas. Pensávamos que estávamos aos pés do arco-íris, andando no caminho do céu colorido, tirando as cores dos nossos dias as nossas noites, após os nossos beijos. Preferia ver assim.
Estávamos no centro de nossas vidas, cuidando de amar até a alma, longe do mundo; fora do tempo, longe de tudo...
Não queria me apossar da tua alma, mas quanto a ti.
Naquela noite, as gavetas abertas, as minhas palavras voam com o vento.
Esta carta escrita à luz dos meus olhos vai juntar-se a você...
O selo posto nas páginas do nosso amor rompeu-se há muito tempo.
O tempo foi o suficiente para aumentar as rachaduras da nossa felicidade!?
Há muito tempo quando minhas lágrimas começaram a derramar uma chuva constante. Eu chorei o dia, onde a última vez que fomos meditar no oceano tuas mãos tocou no meu rosto dizias que era de seda emoldurada pela beleza.
Lembro-me que no final de tudo, ficou sufocada a esperança de um dia feliz. Nesta última batida, aquele que atingiu minha vida como um flash de dor, colocou a palma da mão em minha alma, como se fosse tua. Furtaste o que de colorido havia na minha juventude. E levantou uma poeira cobrindo a chave do meu coração.

Assim, enquanto o vento carrega as cartas sobre os telhados de onde estou, olho para a noite depois do seu caminho de chegada. Meu olhar esta longe, muito longe, para os meandros do mar, onde encontrei as estrelas e vou acompanhá-las.
Minhas gavetas estão vazias, as letras são as peças...
Na brisa da manhã, sua última palavra, volte para mim.

“O tempo continua o seu caminho, amanhecer, anoitecer, é uma eternidade.”

Minha vida começou e terminou um dia no fundo dos seus olhos, a faísca que nasceu foi o fogo que acendeu o segundo em sua presença. Atualmente, um dia no horizonte, anuncia uma eternidade e uma tonalidade nova pela manhã, mas não tão colorida...
Outra oportunidade, outra vida.



Rosangela Colares

Rosangela Colares
Enviado por Rosangela Colares em 08/01/2013
Reeditado em 08/01/2013
Código do texto: T4073654
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.