CARTA AO ALÉM II - PARA A TIA MARGARIDA
AO ALÉM

 
Belém/Pa, 24 de Junho de 2013

Querida titia Margarida,

Como está por ai?
E onde a senhora está afinal?
Parece que não vai poder mesmo me dizer, não é?
Tenho quase certeza disso, senão, já o teria feito,  mormente quando perguntei-lhe na noite anterior quando lhe vi!
Sabe por que lhe escrevo?
É por que apesar de ter tentado falar com a senhora a noite passada em meu sonho; que foi muito legal, por sinal, eu não consegui respostas!
E eu insistia em indagar tudo isso, e a senhora somente sorria!
Estou escrevendo daqui de Belém para a senhora e,
tomara que alguém ai do além, possa entregar-lhe a minha missiva.
Tia, saiba que eu fiquei entre intrigada e emocionada em abraçá-la esta noite passada em meus sonhos...
Quando eu perguntei para a senhora: "Onde estão os outros?"  Óbvio que eu me referia, à vovó, aos seus irmão e às suas irmãs que já partiram desse mundo, e também aos primos e primas, enfim, pelos membros da nossa família que também se foram.
A senhora somente sorria ternamente... mas, em algum momento a ouvi dizer: "Consegui uma permissão para vir aqui". O mais incrível foi que a senhora se comunicava comigo sem abrir a boca, sem produzir som nenhum!
Falávamos como por telepatia!?
E eu, sapeca como sempre, comecei a procurar, corri por longos e compridos corredores brancos, em uma das portas, meio que escondida, quem eu encontro? A Tia Anita?? Como assim? Ela ainda mora aqui na terra. Mas, de repente, ela sumiu, sem falar coisa nenhuma.
Sei lá! Viu? Não dá para decifrar nada. Até por que, sonho é sonho e realidade é realidade.
A senhora ainda lembra não é? Das vezes que aconteceram algo do tipo comigo! Aqueles sonhos que pareciam reais...
Inúmeros sinais que já me foram dados através deles e depois os acontecimentos também confirmavam o que antes eu já houvera sonhado.
Para os que lerem isso e não acreditarem, só digo que, tenho junto aos meus, como comprovar, por que lhes contava o que havia sonhado e depois tal fato acontecia!
Deus ouviu minhas preces, pois à Ele eu clamei e pedi que esse dom eu não queria, e, Graças à Ele, já tem pelo menos, uma década, que nada semelhante a isso, me ocorria...
Aliás, ocorria não. Não ocorre, posto que, o sonho que tive com a senhora nada revelou-me.
Muito embora sabendo que uma vez já pedi ao Todo Poderoso antes, que eu não gostaria de prever nada.
Por que então comecei esta cartinha com todas àquelas interrogações?
A vida tem dessas coisa! Quem sabe já me sinto mais amadurecida!?
Vai saber...
Finalmente, quero dizer que o importante mesmo foi ter abraçado a senhora, matei a saudade; e o melhor, não acordei com medo, acordei muito feliz e leve.
É verdade que me deu uma vontade danada de fazer uma visitinha a minha tia Anita.
Ah! Afianço também que vou contar para as minhas irmãs e primas, principalmente para a Pedrina Muniz, sobre o fato de que a senhora sorria bastante e parecia muito feliz!
Beijos com muito carinho de sua saudiosa sobrinha.

Madalena de Jesus


 

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