A PRAÇA

“Há pedras tão macias por dentro

Que derretem que nem manteiga...

e há corações duros, que nem pedras.”

Vi uma praça triste, distante e sozinha

Cheia de flores e aves, e ela a pensar

Nas pedras, nos caminhos, na linha...

Na ordem que regula a vida e a calçada

PERGUNTEI - vais tentar?

A praça fez um muxoxo e continuou pedras e rua

A vida que passava sorriu e disse à ela -- me ajuda.

E ela muda como sempre ficou silenciosa e nua

Olhando os caminhos sem quem a acuda.

Mas, a praça só vê tudo cinza só pedras.

Não vê as flores, as aves, nem as crianças.

Ainda que a primavera se debruce sobre ela.

Voltada somente pra si nem percebe as cores

No seu protesto apenas dor sem esperanças

Esquecida de que tudo o que não vê a faz bela.

Que fazer?