DESACRÓSTICO

SETE ESTAÇÕES

Fabrico conceitos que falam de ti como rosas,

Balbucio conversas pelos flancos da tua altivez,

Entrincheirado entre o trabalho e encanto fascinante da tua nudez.

Embriaguez que me assoma desequilíbrio em todo corpo.

Tonteia-me a obrigação ética que me leva à inércia.

Um pouco de ti respirado em nuances

São goles de vinho forte, mas embriagador.

São soluços de ar em puro tesão.

Invado sua feminilidade guerreira e dengosa não só por desejo,

Mas convicção, um fantasioso momento de libido ardente,

Uma necessidade, um suave e permanente realizar-se em ti.

Onde derramar o cansaço da luta, buscar afagos.

O carinhoso ombro ali à mão, livre, sujeito apenas ao gesto hábil

Onde a intenção sobreporá empecilhos de toda ordem.