Um cafezinho quentinho...
 

Ah, meu querido amigo, não vou começar dizendo que sei o que sente, porque, de verdade, não sei.
Achei que se me colocasse em seu lugar, ia entendê-lo. 
"Batata"! 

Desacreditei.
Tudo o que, até então, me ensinaram a acreditar soou falso...
Não eram senão mentiras..., fingimentos..., pílulas douradas pra amenizar dores...
Descontrolado, bateu um desejo avassalador de arreganhar o peito. Extravasar dores, raivas, decepções, fúrias...
"Mandei brasa"...

Quantos sentimentos quiser, curti. E olha, eram de verdade.
De um jeito incontrolável interpelei Deus:
"Por que veio pisar no meu calo...  Por quê eu? ─ questionei. ─  Eu que sempre Te louvei, cri em Ti...
Olha que tentei, mas a reposta não veio.

Não gostei não! Restou-me, afirmar:
"É castigo"!
"Mas, por quê? Nunca fui tão mau de verdade. Tive meus chiliques, mas pô Deus, sou humano.
Por quê o Senhor não levou isso em consideração? Há tanta gente por aí pior do que eu...
E agora, faço o quê com isso que me mandou"?
Sabe, que estou com muita raiva? Tão cego que só enxergo a minha dor, quando há muitos por aí sofrendo mais do que eu?

E enquanto me embriagava de sentires, dizia coisas horríveis. Feri até aqueles que me amparavam, que de verdade me amavam.
"- Putz..., Deus, sou um lixo!... Estou arrependido.
Será que o Senhor me perdoa? Estava descontrolado. 
Sentir pena de mim era inexplicavelmente atraente.
Simples!
Posando de vítima eu me encapuzava na dor e nem tinha que me obrigar a reagir. Ainda que odiasse sentir pena de mim, mesmo que odiasse ver a pena estampada nos olhos das pessoas".
Eis que uma voz misteriosa se fez ouvir, alta, em bom som...
─ Calma, filho meu, tenha fé! Você vai sair dessa curado.
Ufa!

Chorei, chorei e chorei.
E num passe de mágica esses sentires se foram.
E, de repente, uma sacudida...
Era a fé voltando a bater à porta do meu coração.
O Senhor me oferecia a cura para a alma, o corpo, o espírito.
Não resisti. Aceitei.

Amado amigo, estou contigo. Não fraquejes não!
Que venham flores, que venham espinhos, mas que venham cheinhos de esperança...,  
Que, carregando um brilho intenso, dê àqueles que te amam a alegria de te ver sorrindo, de novo.
Na força da fé, fico na torcida.
Com um abraço amigo te espero aqui pra um cafezinho quentinho...
Não vai furar comigo agora, hein?...




 
“Lá na frente, quando olhares pra trás, verás que os dias mais honrados foram aqueles em que lutastes”
Sigmund Freud
Marisa Costa
Enviado por Marisa Costa em 25/02/2016
Reeditado em 25/02/2016
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