Vai embora, vai!

Como pode?

Tantos anos!

Quanto tempo!

Nada sabe de mim, nem eu de você!

Subestimou minha inteligência?

Julgou-me incapaz de percebê-lo?

Tão fácil!

Você não inova querido.

Sempre a mesma tática, o mesmo jogo.

Falta-lhe coragem, sei.

Sempre foi assim, não é?

Esconde-se, de preferência nas saias de alguém.

Mostra-se furioso.

Agride.

E quando percebe que vai perder, foge.

Pena!

Poderia tê-lo ajudado de alguma forma.

Até que tentei!

Mas não deu!

Você não me percebeu.

Somos muito diferentes.

A cada dia tenho mais certeza disso.

Por isso, não seja ingênuo.

Claro que te sabia no outro nome!

Claro que sabia que era você!

Acorda!

Acredita que sou capaz de tudo aquilo?

Deve acreditar, não é?

Bem de seu jeito de ser.

Percebe a distância?

Esqueça-me, segue tua vida, em paz.

Somos muito diferentes.

Jogamos em times rivais.

Não dá mais.

Vai embora, vai!

(para um Luiz)