Meu pai e as 29 cartas de dezembro. Dia 6 de dezembro.

Oi pai, como de costume esta sexta carta nossa está sendo escrita nas primeiras horas do dia, esta é a sexta carta, mas, também o vigésimo texto aqui no recanto das letras.

Na carta anterior, estávamos nos encaminhando para 2016, o ano que jamais, poderá ser esquecido.

Então, como estava lhe dizendo, com as bênçãos de Deus, consegui sua cama, este móvel, foi muito trabalhoso de se conseguir mas também muito recompensador.

Não, me sentia confortável com o emprego em que estava, não era a natureza do serviço, mas, o distanciamento das relações humanas, quando estava no ápice de meus problemas, não dei o melhor de mim, recebi o pior feedback de toda minha carreira profissional, com essas palavras:

Todos tem problema, seu pai ainda não morreu, então, faça seu trabalho ou peça demissão.

Isto afetou muito meu estímulo e vontade, então, quando fui buscar sua cama, que foi uma verdadeira batalha, pois, fomos um amigo e eu, o carro, quebrou demais e tinha hora marcada para a entrega, porém, deu tudo certo.

Já não aguentava mais o clima da empresa e acreditando no mercado de trabalho, coloquei um atestado, que serviu como suicídio daquela carreira.

Quando retornei do atestado, sim, fui demitido.

Isso, ocorreu em fevereiro de 2016, confesso, pai, não medi as consequências, mas, como ser julgado vilão ou vítima, não posso.

Segui acreditando e buscando, como o senhor me ensinou, aproveitei o desemprego, e fiz upgrade, comecei curso técnico, completei 12 cursos de conhecimentos específicos, mas, nada, de emprego.

Não baixei a cabeça, fui a luta.

O senhor me mostrou raça e força de vontade, sabia, que conseguiria também.

Amo conversar com o senhor pai, mais, como tudo tem um fim, ao término de minhas cartas o deixarei partir, mesmo vivendo em mim. Certo de que nossa história nunca, mais, nunca chegará a um fim.

Até amanhã pai, na nossa sétima carta.