Carta suicida

Hoje estou matando

Todos os fracassos , as frustrações, as expectativas falidas...

Todos os sonhos perdidos, as derrotas, as lágrimas doídas

Hoje, enterro toda a incapacidade, a insegurança, o medo, as incertezas e as dores da alma

Corto os pulsos fracos da autopiedade, da imobilidade e da covardia

Enforco toda a procrastinação, até que me decepe a cabeça indecisa e acomodada

Atiro impiedosamente no coração da dependência, da necessidade de aceitação e do orgulho reprimido

Engulo todos os remédios e sufoco no meu próprio vômito ao que me entorpece e ludibria, enganando-me sobre a realidade

Salto do penhasco mais alto da intolerância, e da soberba que me torna ignorante

Afogo-me na banheira velada da decepção

E sufoco com a fumaça da garagem de onde nunca saí

Assim me liberto desse eu, tão insignificante, que não produziu nada além de dor

Luana Lopes Sanches
Enviado por Luana Lopes Sanches em 16/01/2018
Código do texto: T6227294
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