Mãe

Fiz o que não devia, não fiz o que você queria, falei o que quis, mas não falei o que você queria, ou talvez, precisava ouvir de mim. Cometi tantos erros.

Você nunca me negou perdão, mesmo que eu nunca o tenha pedido. Será que mereço?

Na família estranha em que fui criada, carinho físico e verbal quase nunca existiu. Mas gostaria que soubesse que eu queria poder te abraçar e dizer o quanto te amo às vezes.

Quem sabe receber e ouvir isso de você também.

Você merece tanto ser feliz. Felicidade muito maior que tudo aquilo que sofreu.

Invejo sua força e resistência que nunca a deixou se abater diante das batalhas que enfrenta; são tantas que parecem nunca acabar. Você sempre vence, nunca a vi cair.

Não espero ser como você porque eu nunca chegaria lá. Só um pouco dessa sua essência já me basta.

Não estou sempre a sua disposição, às vezes sou meio egoísta. Mas tenho feito o que posso pra cuidar de você, de mim e de todos que eu amo. Se fosse pra seguir o que realmente acho correto, eu viveria pra você e daria minha vida se precisasse.Você merece tanto.

Penso em tudo isso com frequência e sempre repito em voz baixa aquilo que não consigo te dizer: “Desculpa, mãe” … “Te amo, mãe”.

Provavelmente, você nunca lerá isso um dia. Morreremos e isso ficará aqui. Antes no papel do que no coração, pensei. A culpa por ser tão pouco pra você talvez diminua, mas o amor que sinto vou levar comigo por toda a eternidade.

Desculpa, mãe.

Te amo, mãe.