Despedida necessária para tua felicidade segundo teus genitores

Charmile, sinto teu âmago e o desejo de teus genitores, e a verdade é que a despedida é necessária para tua felicidade. Tua vida alimentada por teus genitores e sedenta por tuas aspirações mostra que deves estar livre da minha decadente para desfrutar os teus sonhos. É preciso desamarrar nossas vidas para que a tua arda em tua veia com a concretização do desejo de teus deuses a quem tanto venera. É preciso matar esse sentimento para ficar livre fisicamente... porém sentirei e verei a linfa escorrer e cair ao chão seco.

Já não a quero, Blume. Desde quando soube que sou um Sr.Nemo para aqueles que geraram tua vida que tanto apeguei-me com amor, aqueles a quem tu venera como divindade e fazes tudo para agradá-los, desde quando soube que na visão deles tua vida sem mim seria melhor. Já não a quero para que nada mais nos una, para ser menor a dor do rompimento. Não, não quero mesmo tua voz, tuas palavras. Nem teus olhos, tuas lagrimáguas.

Eu ainda amo e muito. Entretanto o amor é assim: querer, sonhar e ver o ser amado feliz é amá-lo. Isso é sublime. Liberto-te para tornar a amar, não a mim pois teu amor não é como o meu, teu amor é raso, sem intensidade. Por isso tu fazes e queres o que é mais fácil. Por isso eu dou o primeiro passo por ti, pois sei que não tens a ousadia de dá essa passada tão dolorosa. Amor que se aproxima. Amor que vai embora.

Eu levarei teus grandes olhos transfigurados em estrelas e tu levarás minha doída atitude. Porque desde já foste minha e eu fui teu. Isso é tudo porque quero esquecer. Não, eu não sou covarde. Eu apenas libertei a gaivota indecisa entre o ir e o ficar. Já chega! Vou-me já. Antes digo mais: estou triste e sangrando alegria. Venho há tantos meses de teus braços. Para onde vou? Deixe que isso respondo eu. Agora, adeus.

Leandro Ferreira Braga
Enviado por Leandro Ferreira Braga em 05/03/2018
Reeditado em 02/03/2019
Código do texto: T6271348
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